ESTIAGEM

Seca reduz produção leiteira

Volume caiu de 2,3 mi de litros diários em dezembro de 2011 para 900 mil litros atuais. Rebanho diminuiu em 200 mil cabeças

Ângela Fernanda Belfort
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Ângela Fernanda Belfort
Publicado em 06/12/2012 às 10:00
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A seca e a perda da palma forrageira estão trazendo grandes prejuízos à bacia leiteira de Pernambuco, aumentando o preço do leite, matéria-prima na fabricação do queijo coalho e laticínios. Em dezembro do ano passado, eram produzidos 2,3 milhões de litros diários. Atualmente, são 900 mil litros por dia destinados à indústria, o que significa uma diminuição de quase 60%. O rebanho de 500 mil cabeças de gado de leite foi reduzido a 300 mil. As informações são do Sindicato dos Produtores de Leite de Pernambuco (Sinproleite-PE).

Os produtores estão vendendo os animais para o abate porque está muito caro alimentá-los. “A palma forrageira morreu. Quanto mais tempo demorar a seca, maior será a queda na produção do leite”, disse o presidente do Sinproleite-PE, Saulo Malta. A estiagem destruiu a pouca vegetação que alimentava o gado.

No Agreste e Sertão, a palma – que resiste à estiagem – é um dos principais alimentos dos animais. Geralmente, os produtores misturam a palma ao bagaço da cana-de-açúcar ou ao capim. Com a seca, os produtores de leite estão misturando a cana-de-açúcar com o bagaço. No caso desse último, cada animal só pode consumir até dois quilos, devido a uma substância chamada lignina, de difícil digestão.

A palma sumiu do Agreste e Sertão do Estado porque foi atacada por pequenos insetos, chamados de cochonilhas do carmim, que se alimentam das “raquetes”, que formam a planta.

Os custos aumentaram porque os produtores estão indo buscar a palma forrageira e até o bagaço da cana-de-açúcar em Alagoas e o preço do último subiu. No começo da seca, em janeiro, a tonelada do bagaço custava R$ 30. Hoje, ela é comprada por R$ 120. Também há menos bagaço disponível porque a estiagem atingiu a Zona da Mata e vai provocar uma redução de 21% da cana-de-açúcar.

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