Mesmo mantendo um pé atrás com relação à eficácia dos medicamentos genéricos, o recifense prefere pedir esse produto no balcão da farmácia ao invés de pagar mais caro pelo remédio de marca. “O consumidor do Recife paga pra ver”, comenta o diretor executivo do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade Industrial (ICTQ), Marcus Vinícius Andrade. A instituição especializada em pós-graduação na área de farmácia realizou uma pesquisa nas principais capitais do País para entender o padrão de consumo de quem compra medicamentos. “A gente ainda não tinha o perfil do consumidor de remédios e percebemos que a indústria está utilizando os dados para seu planejamento estratégico, assim como o Cade e os bancos também para trabalhar produtos para este segmento”, comentou.
Segundo os dados obtidos pelo ICTQ, em 78% dos casos o recifense leva em consideração o preço quando vai escolher um medicamento. Depois disso, o principal fator de escolha é a localização da farmácia (60%), o atendimento da farmácia (34%) e por último a confiança no estabelecimento (30%). “Na pesquisa perguntamos para o consumidor que tipo de medicamento é o melhor e a maioria respondeu genéricos, depois de marcas, similares, fitoterápicos e manipulados. É um comportamento que não difere das outras capitais, mas no caso do Recife o que muda é a confiança neste remédio. Em São Paulo o nível de compra de medicamentos também é alto, mas a confiança também é alta com 69%. Na capital pernambucana esse índice é menor, 63%”, compara.
O executivo lembra que os genéricos são medicamentos seguro que passam pelos teste de bioequivalência exigidos. “Muita gente acha que são cópias sem controle, mas não é isso.”
O material também analisa o perfil do consumidor de genérico. A maior parte é de consumidores da classe C e D, sendo que metade dos consumidores da classe A também consomem o genérico. Dentre as marcas, o laboratório Medley é o que tem o maior nível de confiança do cliente local, seguida da Neoquímica e Eurofarma.
O ICTQ realizou o questionário e a metodologia da pesquisa, sendo que a sua aplicação foi feita pelo Instituto Datafolha. “A gente precisou de auxílio técnico na execução da pesquisa”, explicou. Segundo Andrade, a margem de erro da pesquisa em nível nacional é de 2 pontos percentuais para mais o para menos, e a do Recife de 9 pontos. “Nosso material não foi encomendado e nem patrocinado pela indústria de genéricos”, disse. O ICTQ tem seis anos de mercado.