Suape

Refinaria Abreu e Lima terá autorização para processar 100% do petróleo da primeira etapa

Termo de Compromisso entre Petrobras e governo de Pernambuco estabelece obrigações

Adriana Guarda
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Adriana Guarda
Publicado em 23/12/2015 às 7:00
Heudes Regis/JC Imagem
Termo de Compromisso entre Petrobras e governo de Pernambuco estabelece obrigações - FOTO: Heudes Regis/JC Imagem
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A Refinaria Abreu e Lima (Rnest), há um ano em operação no Complexo de Suape, terá autorização para processar 100% do petróleo da primeira metade do empreendimento. Hoje o processamento está limitado a 64%, por conta do descumprimento de exigências ambientais. Ontem o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Thiago Norões, participou de reunião no Rio de Janeiro com o diretor de Abastecimento da Petrobras, Jorge Celestino Ramos, para discutir o assunto. A companhia vai assinar um termo de compromisso com o governo de Pernambuco. O documento será assinado pela Petrobras e devolvido à Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH). Durante o encontro Norões também discutiu o cancelamento de encomendas da Transpetro aos estaleiros do Estado.

O primeiro trem (etapa) da Rnest tem capacidade de processar 115 mil barris de petróleo por dia. Como a Petrobras não concluiu o equipamento SNOX (responsável por tratar a emissão de gases poluentes na atmosfera), o empreendimento só foi autorizado a processar 74 mil bpd. Para autorizar o processamento de 100% da capacidade, o governo do Estado exigiu o processamento de petróleo com menor teor de emissão de enxofre e outros gases, além da retomada da obra da SNOX (paralisada desde 2014, quando a Alusa deixou a construção).

“A Petrobras vai assinar o terno e encaminhar ao governo do Estado para que seja enviado à CPRH. Acreditamos que a nova licença ambiental, com a permissão do processamento de 115 mil bpd, será liberada no início de janeiro. Estamos condicionando a autorização a níveis de emissões apontados como permitidos e fiscalizados pela CPRH. A companhia vem realizando vários testes com tipos diferentes de petróleo na refinaria, utilizando óleo mais leve. Do jeito que está operando, a Petrobras está tendo prejuízo com a Rnest”, pontua Norões.

A licença terá validade de um ano e o termo de compromisso exige a retomada das obras da SNOX e de obras de logística interna na refinaria. Além de resolver a questão ambiental, a retomada das obras poderá voltar a animar a economia por meio da geração de empregos no canteiro e na cadeia. Em entrevista à Rádio Jornal, o governador Paulo Câmara estimou em 15 mil os postos de trabalho abertos com a volta dos trabalhos.

O processamento de petróleo com menor teor de enxofre será mais oneroso para a Petrobras, mas ainda será mais vantajoso economicamente do que manter toda a estrutura da Abreu e Lima para processar apenas 64% da capacidade do primeiro trem.

ESTALEIROS

Norões aproveitou a reunião na diretoria da Petrobras para discutir o desmonte da indústria naval em Pernambuco. Nas duas últimas semanas, a Transpetro anunciou o cancelamento de dois navios do estaleiro Vard Promar e encaminhou carta ao Estaleiro Atlântico Sul  sugerindo a rescisão dos contratos de 11 petroleiros. O fim das encomendas poderá significar a terceira derrocada da indústria naval no País, repetindo os fracassos dos anos 50 e 80.

Norões entregou na  Petrobras um expediente do governador Paulo Câmara em que relata a situação do Estado (desemprego em massa e aniquilamento da cadeia produtiva) e pede providências. “Defendemos que ao invés de adotar medidas excessivas, o governo Federal busque uma solução por meio de um diálogo articulado”, reforça o secretário.

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