A consultoria multinacional Accenture, que já emprega 1.400 pessoas nos três endereços que tem no Recife, pretende mais que duplicar sua força de trabalho na capital pernambucana nos próximos dois anos. O CEO da empresa para o Brasil e América Latina, Leonardo Framil, que visitou Pernambuco na semana passada, estima que até o final de 2017 o braço local da Accenture deve atingir 3 mil funcionários, a maioria na área de tecnologia da informação e comunicação (TIC).
O cenário de crise nacional não assusta. “Momentos de crise geram grandes oportunidades para uma empresa que se propõe a melhorar os processos e desenvolver novos serviços”, comenta Framil. Sobre o Recife, ele afirma que a cidade é a mais promissora do País para o setor, principalmente pela mão de obra qualificada que tem.
A empresa é especializada no desenvolvimento de soluções de alta tecnologia para os mais diversos ramos de negócios. São Paulo hoje é a principal base no País. A segunda é o Recife, onde a empresa funciona em três locais: no reformado Armazém 9 do Porto do Recife, em três andares no edifício do Porto Digital (antiga sede do Bandepe) e ainda uma área no Empresarial Apolônio Sales, na Conde da Boa Vista. Por conta do plano de expansão, mais duas áreas do porto estão em reforma, os andares superiores dos armazéns 12 e 13.
O processo de recrutamento é feito por meio do site da empresa - https://www.accenture.com/br-pt/careers.aspx - e as vagas serão oferecidas ao longo dos meses. Na última quinta-feira, por exemplo, havia nove oportunidades para o Recife, nas carreiras de analista de diversas áreas, consultor e especialista em mobilidade.
A diretora da operação no Recife, Flávia Picolo, informa que 94% da atual força de trabalho na capital pernambucana foi recrutada aqui mesmo, de cursos ligados à área de TIC. A Accenture estuda até a possibilidade de trazer de volta profissionais que se formaram aqui, em instituições locais, mas tiveram que sair do Estado em busca de oportunidades na área. Seria uma inversão “fuga de cérebros” detectada nos anos 90.
O aumento do número de funcionários deve tornar o Recife a maior operação no Brasil, superando inclusive São Paulo. A empresa experimenta em todo o mundo um crescimento vertiginoso. Há quatro anos, faturava cerca de US$ 32 bilhões, número que pulou para US$ 67 bilhões no ano passado.