INFRAESTRUTURA

Vazão do Lago de Sobradinho deve ser reduzida em setembro

A expectativa é de que a vazão fique em 700 metros cúbicos por segundo, a mais baixa na história do lago. A atual é de 800 metros cúbicos por segundo

Da editoria de economia
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Publicado em 27/08/2016 às 8:01
Foto: Arnaldo Carvalho
A expectativa é de que a vazão fique em 700 metros cúbicos por segundo, a mais baixa na história do lago. A atual é de 800 metros cúbicos por segundo - FOTO: Foto: Arnaldo Carvalho
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A vazão do Lago de Sobradinho, na Bahia, deve ficar em 700 metros cúbicos por segundo a partir de setembro próximo. É a vazão mais baixa já praticada, segundo informações da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). A atual vazão é de 800 metros cúbicos por segundo. Já existem pedidos do Operador Nacional do Sistema (ONS) e da Agência Nacional de Águas (ANA) para reduzir a vazão. Para entrar em vigor, a decisão tem que ser aprovada pela ANA e Ministério do Meio Ambiente. 

“É a maior seca na bacia hidrográfica do São Francisco desde 1929. Os estudos mostram que podemos chegar a 1% do volume útil em novembro. O objetivo da redução é poupar a água para o abastecimento humano e irrigação”, conta o presidente da Chesf, José Carlos Miranda Farias. No ano passado, o total acumulado chegou a pouco mais que 1% em dezembro.

As águas que passam por Sobradinho são usadas por agricultores no polo de fruticultura irrigada de Petrolina-Juazeiro e também nos municípios de Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista, Cabrobó, Orocó e Belém do São Francisco. “É uma informação alarmante para todo o setor produtivo e as populações que dependem da água do São Francisco para o consumo humano”, diz o presidente da Associação dos Exportadores do Vale do São Francisco (Valexport), José Gualberto. Segundo ele, todas as empresas terão aumento de custos para adaptar as suas estruturas de captação de água a nova vazão.

Mais de 30 cidades do Estado captam a água do Velho Chico para consumo humano. “Os nossos projetos de irrigação foram feitos com uma vazão mínima de 1,3 mil metros cúbicos por segundo. Queremos saber quem vai pagar esse prejuízo”, questiona Gualberto. 

Para a Chesf, a redução da vazão é ruim porque implica em menos água para gerar energia. “Vai ocorrer uma diminuição na geração de 320 megawatts (MW) se for aprovada a nova vazão”, comenta José Carlos, acrescentando que não tem o quanto isso vai impactar no faturamento da companhia. As hidrelétricas da estatal dependem da água de Sobradinho para gerar energia. Elas têm a capacidade instalada para gerar 10 mil MW e estão produzindo atualmente 2,7 mil MW médios por causa da diminuição da vazão do lago. “Não vai ter racionamento de energia”, disse José Carlos. Alguns diretores do ONS já afirmaram que talvez tenham que ser acionadas térmicas para complementar a geração de energia na região. 

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