O sistema de energia elétrica da Região Metropolitana do Recife vai ficar mais confiável. Foi inaugurada ontem a subestação Mirueira II, em Paulista, na Zona Norte da Região Metropolitana do Recife (RMR). O evento contou com o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e o presidente da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), José Carlos de Miranda Farias. Bancado pela Chesf, foram investidos R$ 41,7 milhões. O empreendimento vai beneficiar mais de 450 mil habitantes, principalmente em localidades como Rio Doce e Santo Amaro, em Olinda, além do município de Paulista.
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Ainda na subestação, está previsto a entrada em operação de mais um transformador que deve entrar em operação até 2019, demandando mais R$ 10 milhões em investimento. O empreendimento vai gerar uma receita anual de R$ 5,8 milhões. Este ano, a Chesf investiu R$ 1,3 bilhão até setembro. Em 2017, a expectativa da estatal é de realizar um investimento de R$ 900 milhões em obras corporativas (em que a Chesf banca sozinha) e R$ 430 milhões em Sociedades de Propósitos Específicos (SPEs), que são empreendimentos nos quais a Chesf tem uma participação acionária.
Ainda no evento, Fernando Coelho Filho confirmou que haverá uma mudança na direção da estatal em janeiro, mas não revelou nomes. Nos bastidores, se cogita que a presidência da estatal será ocupada por Sinval Zaidan Gama, ex-chesfiano que trabalhou na privatização da Celg, a distribuidora de energia de Goiás.
OBRAS PARADAS
Atualmente, a Chesf tem 12 obras paradas por impedimentos ambientais e 49 por faltas de recursos. Segundo o ministro, estão sendo feitas várias iniciativas para diminuir essa “incapacidade financeira momentânea” da Chesf, incluindo a possibilidade de privatizar (vender) as participações que a Eletrobras tem em SPEs. “O que está definido até agora são a privatização das seis distribuidoras da Eletrobras”, conta Fernando. Há um levantamento que diz que poderiam ser levantados R$ 20 bilhões, caso a Eletrobras vendesse todas as suas participações em SPEs. A Eletrobras é dona da Chesf.
O ministro defende a redução da vazão do Lago de Sobradinho, na Bahia, mesmo com a melhora da quantidade de água armazenada no reservatório, que está atualmente com 10% do seu volume útil, quando no ano passado estava com pouco mais de 1%. “Vai ocorrer a redução da vazão no começo de janeiro, porque não temos certeza de como vai se comportar o inverno e não queremos passar pelo mesmo aperreio em setembro e outubro de 2017, como ocorreu nos últimos anos”. Ele estava se referindo a pouca quantidade de água armazenada no reservatório nos últimos anos. Caso o inverno seja bom, ele chegou a afirmar que os futuros reajustes anuais das tarifas de energia elétrica podem ficar no mesmo patamar que os aumentos deste ano. A energia fica muito mais cara, quando os reservatórios estão com pouca água, porque é necessário mais geração das térmicas.