Depois de enfrentar cinco anos consecutivos de seca, o Nordeste espera por uma trégua em 2017. A aposta é de que seja um ano um pouco mais chuvoso que os anteriores, porque a região não sofrerá efeitos de fenômenos como El Niño e La Niña. Mesmo com a perspectiva mais positiva, a oferta de água ainda será precária e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) começa o ano prevendo um janeiro com 18,4% da capacidade de armazenamento nos reservatórios da região.
Apesar da oferta de água ainda escassa, o ONS afirma que não haverá racionamento na região graças à produção eólica, ao intercâmbio de energia entre as regiões e às termelétricas. Neste mês, a expectativa é de um crescimento de 9,4% no consumo de energia motivado pelo aumento das temperaturas e não pelo aquecimento da atividade econômica (como o setor gostaria).
“As temperaturas vão ficar acima da média no Nordeste. No Recife, onde a média é de mínima de 23°C e máxima de 30º, estamos prevendo 24°C e 31ºC, respectivamente. A partir de fevereiro e março as condições serão mais amenas porque o El Niño que seca o Nordeste não terá influência”, explica o meteorologista do Instituto Climatempo, Alexandre Nascimento.
OCEANOS
Na avaliação da meteorologista Zilurdes Lopes, da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), mesmo sem a presença do El Niño o Nordeste ainda tem com o que se preocupar. “Precisamos ficar atentos às condições do Oceano Atlântico Sul, que tem que estar com temperaturas acima das do Atlântico Norte para que chova na região”, observa. No Sertão pernambucano, a temperatura está dois graus acima da média. “Essa radiação mais forte na superfície também contribui para evaporar a água dos reservatórios”, complementa.