Biocombustíveis

Suape poderá ter plataforma de biocombustíveis para produzir isobutanol

Setor de aviação vem utilizando o combustível para reduzir emissão de gases

Da editoria de economia
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Publicado em 29/01/2017 às 7:00
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O Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), em parceria com a Copergás e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, está estudando a implantação de uma plataforma de biocombustíveis no Complexo de Suape. Um dos objetivos é a produção do isobutanol, um álcool de quatro carbonos que pode substituir o uso da gasolina em veículos e ser usado como combustível de aviação. A tecnologia já está em uso Estados Unidos e o Brasil tem interesse em replicar.

“Com a plataforma em Suape, Pernambuco poderá sair na frente nos estudos e na produção de um combustível mais avançado e com melhor eficiência energética. Nos Estados Unidos a empresa Gevo desenvolveu uma tecnologia de produção direta do isobutanol, por fermentação direta, e produz simultaneamente ao etanol convencional (dois carbonos), em sua planta de Luverne, em Minnesota”, destaca o presidente do Sindaçúcar, Renato Cunha.

Os estudos fazem parte da tendência mundial de tentativa de redução das emissões de gases. Atualmente, só os aviões são responsáveis por 2% das emissões mundiais. Se nada for feito, o crescimento da aviação internacional poderá fazer esse percentual explodir nos próximos anos. Na avaliação de Cunha, a produção do isobutanol abre uma boa oportunidade de mercado para o etanol de cana e de milho, além contribuir para a reduzir as emissões de gases do efeito estufa na aviação. Hoje o setor consome cerca de 300 bilhões de litros de combustível por ano.

“Esta deveria ser uma área que os ministérios de Minas e Energia (MME) e Ciência e Tecnologia poderiam ajudar o setor sucroenergético, incentivando e formando parcerias com instituições e empresas, brasileiras e americanas, que pudessem desenvolver tecnologias objetivando a gradual destinação do etanol, ou seus derivados, para substituição e/ou adição aos combustíveis de aviação. É um mercado de mais de 300 bilhões de litros por ano e, uma participação de apenas 10% na mistura, já iria consumir cerca de 30 bilhões de litros de etanol ou derivados. Os americanos do milho também devem ter um interesse grande neste assunto, já que nós e eles somos os únicos produtores relevantes de etanol no mundo”, reforça Cunha.

COP-21

Na semana passada, a diretoria do Sindaçúcar-PE participou de reunião com o ministro Fernando Coelho Filho em Brasília para discutir a participação do setor nas discussões sobre o andamento do Renova Bio para atender as metas da COP-21 para 2030. A iniciativa é um plano nacional de desenvolvimento do setor de biocombustíveis, que será realizado em parceria com o setor sucroenergético nacional. “Foi importante o ministro abrir uma interlocução com os empresários do setor”, diz Cunha.

Dentre as metas da COP-21 está aumentar dos atuais 16% para 18% a participação da bioenergia na matriz brasileira até 2030, com expansão do etanol, biodiesel, da bioeletricidade e novos biocombustíveis.

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