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Água da transposição chegará mais cara aos pernambucanos

Pernambuco começa a ser abastecido este ano, mas impacto na conta chegará em 2018

Ângela Fernanda Belfort
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Ângela Fernanda Belfort
Publicado em 23/02/2017 às 10:05
Foto: Alexandre Gondim/ JC Imagem
Pernambuco começa a ser abastecido este ano, mas impacto na conta chegará em 2018 - FOTO: Foto: Alexandre Gondim/ JC Imagem
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A água do Eixo Leste da transposição das águas do Rio São Francisco será usada antes do fim do ano para o abastecimento humano em Pernambuco, mesmo sem ter sido construído o Ramal do Agreste – que captaria a água do Eixo Leste, em Sertânia e iria até Arcoverde – e com a Adutora do Agreste inacabada. O Ramal do Agreste não saiu do papel. Em construção desde 2013, a Adutora do Agreste distribuirá a água do Velho Chico a vários municípios da região a partir de Arcoverde. Mas como a água chegará a Arcoverde? A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) está construindo a Adutora do Moxotó, que levará a água da Barragem do Moxotó, também em Sertânia, a Arcoverde. A notícia ruim é que a conta dos pernambucanos nunca mais será a mesma depois que a água da transposição entrar no cálculo do reajuste o que deve ocorrer no aumento de março de 2018.

 

“A água da transposição que vai para o abastecimento humano terá um custo viável, mas ainda não dá para ter noção do impacto na conta. Isso está em discussão”, diz o presidente da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), Marcelo Asfora. O principal custo que vai deixar salgado o preço da água é a conta de energia elétrica. São grandes estações de bombeamento e a água se desloca por gravidade somente em uma parte do percurso.

“A previsão inicial é de que a captação de água do Eixo Leste, pelas Barragem do Moxotó e Adutora do Moxotó, ocorram em outubro. A adutora do Moxotó foi o jeito que a Compesa encontrou para usar a água do São Francisco”, conta o assessor da diretoria da Compesa, Sérgio Torres. Se isso não fosse feito, Pernambuco serviria apenas de passagem para a água já que o Ramal do Agreste só ficará pronto em 2020 e a conclusão da Adutora do Agreste depende dos desembolsos da União. Ela deveria ter sido concluída em 2015, o que não ocorreu devido ao atraso no repasse de recursos do governo federal.

Além de Arcoverde, a Adutora do Moxotó levará a água da transposição para Pesqueira, Alagoinha, Belo Jardim, Sanharó, Tacaimbó e São Bento do Una, no Agreste do Estado. O impacto financeiro da compra dessa água (da transposição) ocorrerá no reajuste de 2018. “Atualmente, os usuários da Região Metropolitana do Recife (RMR) já pagam mais pela água porque é embutido os custos dos usuários do interior que não têm como pagar o serviço”, argumenta Marcelo Asfora.

CANAIS

A transposição do Rio São Francisco consiste na construção de dois grandes canais: o Eixo Leste e o Eixo Leste. O primeiro começa em Floresta e vai até a cidade de Monteiro, na Paraíba. O segundo capta a água em Cabrobó seguindo até a região da cidade de Jati, no Ceará. O Eixo Leste teve todas as obras físicas concluídas no final de 2016, segundo o Ministério da Integração Nacional. Inteiro, o projeto vai levar a água a 12 milhões de cidadãos em 390 municípios de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

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