As empresas de aviação de 192 países – incluindo as que atuam no Brasil – se comprometeram a neutralizar o crescimento das emissões de carbono a partir de 2020 numa iniciativa coordenada pela Organização Internacional de Aviação Civil. “Uma das formas de neutralizar essas emissões seria usar um biocombustível (nos aviões)”, resume o assistente técnico para Combustíveis Renováveis da Gol, Pedro Scorza.
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Para que essa neutralização ocorra, o Brasil teria que produzir 4 bilhões de litros de bioquerosene em 2030. “Isso é factível. O biodiesel cresceu porque houve um marco regulatório, tornando obrigatório um percentual que foi aumentando gradativamente”, lembra. Atualmente, o País consome 7 bilhões de litros de querosene de aviação. Em média, 98% das emissões de carbono do setor vem das aeronaves. Pelo acordo firmado com a Incal, as empresas que aumentarem as emissões depois de 2020 terão que comprar crédito de carbono para compensar esse incremento.
Um dos maiores desafios do bioquerosene – o querosene feito a partir de uma matriz renovável –, segundo ele, é o preço, que hoje é muito maior do que o fóssil. “O combustível corresponde a 35% dos custos das empresas que fazem voos domésticos e 50% nas que atuam internacionalmente”, afirma.
PLATAFORMA DE BIOQUEROSENE
A Gol chegou a participar da plataforma pernambucana de bioquerosene que visava desenvolver soluções para reduzir a pegada de carbono de Noronha. O projeto não andou. “Faltou um marco regulatório. Isso não ocorre só em Pernambuco, mas em todo o Brasil”, conclui.