O consórcio Petrobras-Galp – que tem a concessão para explorar petróleo em duas áreas da bacia Pernambuco-Paraíba – pediu a prorrogação do prazo para fazer a perfuração dos poços até 2020. O pedido foi acatado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) que regula as concessões do setor. O atual pedido de prorrogação já é o terceiro. Este ano, vão fazer 10 anos que o grupo venceu a 9ª rodada de licitações para explorar dois lotes da bacia Pernambuco-Paraíba, o que ainda não ocorreu.
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O atual pedido de prorrogação ocorreu porque o consórcio aguarda a conclusão do processo de licenciamento ambiental necessário para iniciar a perfuração dos poços, segundo informações da assessoria de imprensa da Petrobras. “O licenciamento ambiental em águas profundas é mais complexo. Às vezes, passa até dois anos para ser concluído”, explica o professor do Departamento de Geologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), José Antonio Barbosa.
O grupo não pretende devolver a exploração desses lotes à ANP, de acordo com a assessoria da Petrobras. Às vezes, esse tipo de devolução ocorre porque as empresas vencem um leilão para explorar uma área sem os estudos necessários e depois percebem que o poço não é viável economicamente.
Para o consórcio, o primeiro prazo para perfurar os poços venceu em março de 2015. Na época, o grupo pediu a extensão do prazo, conseguindo uma prorrogação até agosto deste ano. A reportagem do JC entrou em contato com a ANP para saber mais informações sobre a concessão, mas não recebeu o retorno até o fechamento dessa edição. O consórcio Petrobrás-Galp tem uma participação de 80% da primeira e os 20% pertencem a segunda que explora petróleo e gás em Portugal.
CONCESSÃO
Essa não é a única concessão para a exploração de petróleo que não saiu do papel na bacia Pernambuco-Paraíba. Em 2011, na 11ª rodada realizada pela ANP foram adquiridos a concessão de quatro blocos. Dois ficaram com a Queiroz Galvão Óleo e Gás e dois com a empresa Petra – do economista Roberto Viana – em parceria com a companhia canadense Niko. O sentimento dos técnicos do setor é que as outras concessionárias estão esperando a Petrobras perfurar o primeiro poço para depois decidirem se vão explorar a área ou não.
Na última década, a exploração de petróleo foi impactada pelas mudanças que balançaram a economia do mundo. Em 2007 (ano da nona rodada de licitação), o petróleo como as demais commodities estavam com o preço subindo, pois a China estava puxando a atividade econômica do mundo. Em 2008, o preço do barril de petróleo chegou a US$ 145. Hoje, o preço é de US$ 53.
O primeiro fato que contribuiu para mudar esse cenário de crescimento foi a quebra do banco americano Lehman Brothers em 2008. Depois vieram outros, como a desaceleração da economia chinesa, a crise da Europa, entre outros, que fizeram a economia ficar estagnada em nível mundial. A partir de 2014, o Brasil começou um processo recessivo com quedas de 3,6% e 3,8%, respectivamente, em 2016 e 2015. Num período recessivo, as empresas postergam os seus investimentos. Na área de petróleo, isso é ainda mais recorrente porque os custos são muito altos.