INFRAESTRUTURA

BRK Ambiental vai investir R$ 500 milhões em dois anos

A PPP do Saneamento tem um novo parceiro privado, a companhia canadense Brookfield Business Partners LP

Ângela Fernanda Belfort
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Ângela Fernanda Belfort
Publicado em 27/04/2017 às 8:01
Foto: Guga Mattos
A PPP do Saneamento tem um novo parceiro privado, a companhia canadense Brookfield Business Partners LP - FOTO: Foto: Guga Mattos
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A BRK Ambiental vai investir R$ 500 milhões nos próximos dois anos na Parceria Público-Privada (PPP) do Saneamento, iniciativa que tem a finalidade de universalizar esse tipo de serviço nos 14 municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR) mais Goiana, cidade da Mata Norte. “A nossa expectativa é de que o parceiro novo faça da PPP algo positivo”, resume o presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Roberto Tavares. Esse projeto vem sendo implantado desde 2013. O que mudou foi o gestor privado. A BRK tem como acionista majoritária a companhia canadense Brookfield Business Partners LP que adquiriu os 70% da Odebrecht Ambiental – que pertencia a Construtora Odebrecht envolvida na Lava Jato – numa negociação concluída anteontem. O FI-FGTS continuou com a participação de 30% na companhia.

Ainda de acordo com Tavares, a BRK e a Compesa estão repactuando os prazos de conclusão das obras envolvidas na PPP. Dentro de 30 a 40 dias, essa repactuação será apresentada ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) que tem uma auditoria que acompanha o projeto. Isso significa que as obras vão atrasar. Inicialmente, 80% das obras seriam implantadas nos primeiros 12 anos da PPP. “Todas as obras de infraestrutura do País vão atrasar porque não há dinheiro”, diz Tavares.

A PPP prevê o investimento de R$ 4,5 bilhões, sendo cerca de R$ 3,5 bilhões bancados pela então Odebrecht Ambiental e R$ 1 bilhão do Estado. A assessoria de imprensa da BRK informou, via e-mail, que será mantido o investimento privado previsto na PPP.

ATRASO

Atrasaram as obras da PPP que seriam feitas pelo parceiro privado – por causa da crise econômica e também pelo envolvimento da Odebrecht com a Lava Jato – e as da Compesa por dificuldade na captação de recursos federais. A Lava Jato revelou um esquema bilionário de propina envolvendo políticos, empresários e diretores da Petrobras. Desde 2015, a empreiteira está com o seu ex-presidente Marcelo Odebrecht preso e condenado, no ano passado, a 19 anos de prisão.

Ainda de acordo com Tavares, a Compesa está fazendo algumas obras da PPP em São Lourenço da Mata e, na próxima semana, vai dar a ordem de serviço para um sistema de esgoto em Jaboatão dos Guararapes no valor de R$ 85 milhões. No momento da entrevista, ele não tinha os valores exatos de quanto o parceiro privado e a Compesa investiram na PPP.

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