"Os cajueiros, as jaqueiras, os jambeiros, os pés de tamarindo, as mangabeiras dominavam o arvoredo de Olinda e dos seus arredores”, disse o sociólogo Gilberto Freyre no Olinda: 2º Guia Prático, Histórico e Sentimental de Cidade Brasileira publicado no final da década de 60. As coisas mudaram tanto que atualmente 80% da mangaba consumida em Pernambuco vem de outros Estados. Somente o Rio Grande do Norte enviou 63% de toda a mangaba que passou pela Ceasa no último mês.
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Na última sexta-feira, a fruta não estava disponível na área de feira do Ceasa. “Tenho a fruta em natura e a polpa, mas trago do Rio Grande do Norte. Em Pernambuco, a produção é pouca. Ainda se encontra mangabeiras em Suape e um pouquinho em Itamaracá”, resume o gerente da Casa da Mangaba, Aloísio Ferreira. A empresa tem uma loja no Ceasa. Ele acrescenta que a fruta fica mais cara por causa da distância, mas argumenta ser difícil calcular exatamente quanto.
O consumo da mangaba – destinada ao atacado que passa pelo Ceasa – aumentou nos quatro primeiros meses deste ano, quando se compara com o mesmo mês do ano anterior. Percentualmente, foram registrados incremento de 100%, 63,64% e 50%, respectivamente, em janeiro, fevereiro e março últimos. Em abril, não dá para fazer esse cálculo porque neste mês em 2107 foram consumidas nove toneladas da fruta, enquanto no mesmo mês do ano anterior não houve oferta do produto no Ceasa. Como todo produto agrícola, a mangaba também enfrenta problemas sazonais.
INTERESSANTE
Nessa época em que os alimentos ficam cada vez mais funcionais, a mangaba tem o consumo “interessante”, segundo a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia dos Alimentos da UFRPE, Maria Inês Sucupira. “É rica em ferro, potássio e tem composto bioativos que são importantes porque combatem os radicais livres, evitando doenças degenerativas e câncer. Também é boa para ser industrializada, pois o seu rendimento é bom, sendo 56% de polpa”, conclui.