Furto de Água

Caldinho do Nenen e Barraco Bar são notificados por furto de água

Os dois estabelecimentos localizados no bairro do Pina, no Recife, estariam usando ligações clandestinas de água

Do JC Online
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Publicado em 05/09/2017 às 21:03
Foto: Felipe Jordão/ JC Imagem
Os dois estabelecimentos localizados no bairro do Pina, no Recife, estariam usando ligações clandestinas de água - FOTO: Foto: Felipe Jordão/ JC Imagem
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A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) identificou que dois bares localizados no bairro do Pina, Zona Sul do Recife, possuíam ligações clandestinas de água. As ocorrências foram identificadas nesta terça-feira (5) durante uma vistoria técnica, que contou com o apoio de peritos do Instituto de Criminalística (IC). Os chamados "jacarés" foram encontrados, após denúncias, nos bares Caldinho do Nenen e Barraco Bar, ambos instalados na Rua Nogueira de Souza. O Caldinho do Nenen, inclusive, já foi notificado pela Celpe também por causa de ligação clandestina, só que de energia.

Após identificar e comprovar o furto de água, a Compesa acionou a Delegacia de Boa Viagem, também na Zona Sul da capital, para registrar a ocorrência e autuou os dois estabelecimentos pelas irregularidades. Em nota, a companhia de abastecimento informou que as ligações clandestinas estavam "prejudicando o abastecimento de água dos moradores da região, onde estão localizadas comunidades carentes, como a Beira Rio e do Bode."

"A equipe passou dois equipamentos na frente dos imóveis, chamados geofone e georadar. O geofone escuta o barulho da água e a georadar verifica aonde a tubulação d'água está entrando", explicou o Coordenador Comercial da Compesa Domingos Sávio de Andrade, que esteve na fiscalização. A equipe técnica ainda realizou uma escavação no piso de um estacionamento vizinho ao Caldinho do Nenen e encontrou uma tubulação que seria responsável pela ligação irregular.

Ainda segundo a Compesa, os estabelecimentos estavam em pleno funcionamento, porém, no sistema da companhia, apresentavam-se como clientes com água cortada. No caso do Caldinho do Nenen, o fornecimento havia sido suspenso desde 2015 e havia um débito de mais de R$ 70 mil em contas de água. Já o Barraco teve o abastecimento interrompido em 2016 e já haveria um acumulado de cerca de R$ 30 mil em contas da Compesa não pagas.

Em resposta às acusações, o advogado e porta-voz do Caldinho do Nenen, Gerson Miranda, disse que o impasse não é de agora. "O local utiliza água de água de carro-pipa há dois anos, desde que houve uma desapropriação por causa da construção da Via Mangue. Desde então houve o desligamento do fornecimento pela Compesa e foi optado o uso de carro-pipa", explicou. Ainda de acordo com ele, a empresa nunca foi notificada de dívida e que só vai se pronunciar sobre o suposto furto quando tiver acesso ao laudo da perícia do Instituto de Criminalística. O responsável pelo Barraco Bar não foi encontrado pela reportagem.

A Compesa e os proprietários dos restaurantes prestarão depoimento na Delegacia de Boa Viagem nesta quarta-feira (6). Como os dois estabelecimentos estavam com o abastecimento cortado, as multas serão aplicadas com base na tarifa de esgoto.

Caldinho do Nenen é reincidente

No mês passado, dia o proprietário do Caldinho do Nenen foi preso por furto de energia, mas pagou fiança e vai responder ao crime em liberdade. A decisão foi tomada durante uma audiência no custódia no dia 10 de agosto, um dia após a prisão. A fiança foi estipulada no valor de R$ 14.055. O empresário. Segundo a Celpe, inclusive, o bar é reincidente em fraudes no consumo de energia elétrica. Na época, a companhia energética informou que, no local, foi encontrado um "sofisticado dispositivo dentro do medidor de energia, que foi manipulado com a finalidade de não registrar parte do consumo."

Fiscalizações da Compesa

Segunda Companhia de Saneamento, a busca por ligações clandestinas visa combater esse furto que, além de representar uma parcela significativa dos índices de perdas do sistema de abastecimento, colocam em risco a qualidade da água distribuída pela rede. “A Compesa realiza rotineiramente um trabalho de auditoria de consumo nos seus clientes, tendo em vista que o furto prejudica toda a população. Estamos no momento com uma ação focada nos bares e restaurantes do Recife”, explicou a gerente de Unidade de Negócios da Compesa, Paula Marília Fontes.

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