Como um bom exemplo de pernambucanidade, o mercado de cervejas artesanais local quer ser o maior em linha reta do mundo. Hoje, o produto corresponde a 0,7% do mercado nacional. A baixa representatividade é um incentivo para crescer. Algumas cervejarias artesanais do Estado já são pequenos gigantes que querem expandir a produção, atingir mais regiões do País e tornar o ambiente de negócios local mais favorável aos produtores, isso tudo mantendo a unicidade das cervejas artesanais.
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A Ekäut, por exemplo, tem um plano de negócios ousado para os próximos três anos. Com a expansão da fábrica, quer saltar da produção atual de 20 mil a 30 mil litros por mês para 150 mil litros por mês. A partir de 2018, quer abrir 500 pontos de venda por ano. A intenção é consolidar a atuação no Nordeste e atingir o Sudeste do País. “O objetivo é chegar mais longe com mais qualidade, virar uma cervejaria com presença mais forte no País”, afirma um dos sócios da Ekäut, Diogo Chiaradia.
O crescimento é possível por causa do apoio de investidores locais, entre eles, a Ikewai, rede de desenho e desenvolvimento de negócios inovadores. “É um mercado de makers, parte da economia criativa. São cervejas sofisticadas, que criam comunidades ao redor delas”, afirma o chefe do Departamento de Mentiras Realizáveis da Ikewai e presidente do conselho do Porto Digital, Sílvio Meira. “Estamos investindo no projeto de fazer cerveja de classe e qualidade global. Os volumes ainda são locais, mas é uma solução, não um problema, significa que ainda tem muito a desenvolver e a conquistar”.
A Debron, criada em 2015, quer ampliar em 50% a capacidade instalada da fábrica, até o fim do ano. A produção vai sair de 40 mil litros para 60 mil litros por mês. “Temos clientes em todo o Nordeste. Também estamos com plano de expandir para o Sudeste”, comenta o cervejeiro da Debron, Thomé Calmon.
DADOS
O potencial de crescimento é grande. Segundo dados de 2016 do Instituto da Cerveja, o Brasil é o terceiro maior produtor de cervejas artesanais do mundo, cresceu 50% nos últimos dois anos, mas só ocupa 1% do mercado. Já os Estados Unidos abocanharam fatia de 12%.
Em Pernambuco, há 18 cervejarias com licença no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, integrando um Arranjo Produtivo Local (APL) das Cervejarias Artesanais, de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado. Em 2016, eram oito, o que representa um crescimento de 225%.
Para fortalecer a cadeia produtiva, empresários criaram a Associação Pernambucana de Cervejarias Artesanais (Apecerva).