Pelos menos 4,8 milhões de micro e pequenas empresas do País se encontravam em situação de inadimplência em agosto deste ano, último dado disponível. O número levantado pela Serasa Experian é 13,2% maior que no mesmo mês de 2016, revelando uma tendência contrária ao endividamento das pessoas físicas, que tem se mantido mais estável ao longo dos meses. Esse resultado é reflexo da fragilidade das empresas de menor porte ao enfrentar a queda no consumo das famílias.
Leia Também
- Demanda das empresas por crédito recua 4,5% no primeiro semestre, revela Serasa
- Pequenos varejistas voltam a demandar crédito do atacado, diz Serasa
- Inadimplência leva bancos a negociar R$ 200 bilhões em 'crédito podre'
- Serasa: inadimplência com cheque atinge 1,82%
- Inadimplência do consumidor cai 7,1% em setembro, diz Boa Vista SCPC
- Inadimplência pode cair 45% com cadastro positivo, estima Febraban
“Micro e pequenas empresas não contam com um caixa proporcional a de grandes empresas e atendem a segmentos mais específicos. Então, quando há um recuo na economia, elas sentem mais rápido”, analisa o economista da Fecomércio-PE, Rafael Ramos. Empresas grandes também têm condições de investir em estratégia, tendo maior preparo diante de mudanças de cenário.
Volume
O volume de micro e pequenas empresas inadimplentes é preocupante na medida em que representam uma fatia relevante da economia do País: são 27% do PIB brasileiro. A situação também é alarmante sob a perspectiva dos setores: no comércio, a inadimplência chega a 45,4% e nos serviços a 45,3%. O percentual é puxado para baixo pela indústria, onde 8,8% são inadimplentes.
Sob a perspectiva regional, o Nordeste aparece em segundo lugar com maior inadimplência, com 16,5%, atrás do Sudeste – onde há maior concentração das micro e pequenas empresas –, com 53,6%, e seguido por Sul (15,8%), Centro-Oeste (8,7%) e Norte (5,3%).