A partir de amanhã (5), o botijão de gás volta a ficar mais caro. Ontem a Petrobras anunciou um reajuste de 4,5% no preço do gás liquefeito de petróleo para uso residencial, envasado pelas distribuidoras em botijões de até 13 kg. Esse é sexto aumento desde junho deste ano quando a petrolífera aprovou a nova política de preços do setor. Com mais esse incremento, o valor médio do produto em Pernambuco subirá para algo entre R$ 70 e R$ 83,60, dependendo do bairro de comercialização, enquanto no mês passado variava entre R$ 65 e 80.
A Petrobras justifica que o reajuste foi motivado principalmente pela alta das cotações do produto nos mercados internacionais, influenciada pela conjuntura externa e pela proximidade do inverno no Hemisfério Norte. A variação do câmbio também contribuiu. Como a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas nas refinarias podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. Isso dependerá de repasses feitos especialmente por distribuidoras e revendedores: se será integral ou parcial.
Entre os revendedores, a expectativa é repassar o aumento integral ao consumidor. “Esses aumentos não são bons para ninguém. Nem para o consumidor nem para nós revendedores, que precisamos ter disponibilidade alta de capital de giro para abastecer as revendas. Ao longo do ano os aumentos já somam 54%”, calcula a presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás Liquefeito de Petróleo em Pernambuco (Sinregas-PE), Francine Gulde.
Ela também alerta que escalada nos preços tem contribuído para aumentar o número de revendas clandestinas no Estado. Hoje Pernambuco conta com 2 mil empresas formalizadas, mas com os valores em alta a saída tem sido vender na informalidade para fugir do pagamento de impostos e conseguir ser mais competitivo. “Isso acaba sendo um risco para o consumidor, que não costuma pedir nota fiscal na compra do botijão. Por isso nós orientamos que as pessoas peçam a nota para poder reclamar e saber a procedência do gás de cozinha”, observa.
A presidente do Sinregas afirma, ainda, que as empresas revendedoras já estão percebendo queda nas vendas em função dos constantes aumentos. “As famílias não podem deixar de comprar o botijão, mas estão adotando estratégias para reduzir o consumo, a exemplo de evitar assar bolos e comidas no forno e de congelar feijão para vários dias para não ter que cozinhar várias vezes e consumir mais gás”, destaca.
MÊS A MÊS
O último reajuste do gás de cozinha no País ocorreu há menos de um mês, no dia 11 de outubro e pelos sinais do mercado internacional os reajustes devem continuar. Pela nova política para o setor, os aumentos serão aplicados mensalmente.
Por meio de nota, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) informou que as empresas distribuidoras associadas à entidade foram comunicadas na tarde de ontem pela Petrobras que o GLP para embalagens de até de 13 kg ficará mais caro a partir de zero hora do dia 5 de novembro. O reajuste oscilará entre 4,2% e 4,7%, de acordo com o polo de suprimento.