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Preço dos imóveis cai no Recife

Retração na capital pernambucana foi de 1,3%. Média do País foi de queda de 0,53%, a maior em 10 anos

Luiza Freitas
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Luiza Freitas
Publicado em 05/01/2018 às 7:15
FOTO: Guga Matos/ JC Imagem
Retração na capital pernambucana foi de 1,3%. Média do País foi de queda de 0,53%, a maior em 10 anos - FOTO: FOTO: Guga Matos/ JC Imagem
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Pela primeira vez em uma década, o preços dos imóveis anunciados encerrou um ano com queda nominal de preços. De acordo com o levantamento Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) feita com base nos anúncios de 20 cidades do site Zap – o Índice FipeZap –, houve uma retração de 0,53% nos valores das unidades residenciais do País em 2017. No Recife, a retração foi de 1,3%, rendendo à capital pernambucana a quinta posição entre as localidades que mais perderam valor.

Se esse resultado não pode ser considerado bom para o mercado, os compradores também não tiveram muito a comemorar. Diante das incertezas econômicas que ainda afetam a segurança no mercado de trabalho e do corte de uma das principais linhas de financiamento imobiliário no ano passado (a pró-cotista, oferecida pela Caixa), a adequação dos preços não foi atrativa o suficiente para muitas famílias. A queda nominal do preço dos imóveis recifenses foi pequena se comparara às registradas no Rio de Janeiro (-4,4%) e Niterói (-3,4%), por exemplo.

O preço médio do metro quadrado do Recife encerrou o ano em R$ 5.899, o oitavo mais caro do País. A cidade havia iniciado 2017 na nona posição.

Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon-PE), José Antônio Simón, o mercado conseguiu reagir nos últimos meses de 2017, trazendo boas perspectivas para este ano. “O setor depende basicamente de que 2018 mantenha um crescimento moderado e os recursos para financiamento realmente retornem”, afirma.

No início desta semana, a notícia de que a Caixa Econômica Federal, principal player do mercado imobiliário, irá retomar e ampliar o percentual de financiamento da linha Pró-Cotista chegou a animar o mercado. O empréstimo é destinado a trabalhadores com reservas no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

De acordo com o banco, serão disponibilizados R$ 4 bilhões para 2018 para financiamento de 70% do valor dos imóveis (antes o teto era de 50%), com juros que variam de 8,85% ao ano a 7,85% ao ano para clientes da instituição.

O valor, no entanto, é bastante inferior aos R$ 6,1 bilhões liberados em 2017 para a linha, que, diante da escassez de recursos, foi suspensa em junho do ano passado.

RECURSOS

Nessa quinta-feira (4), o branco federal ainda recebeu autorização do governo para utilizar R$ 15 bilhões do FGTS para diferentes formas de crédito imobiliário. A sanção do empréstimo será publicada no Diário Oficial da União de hoje, mas a iniciativa também será analisada em um processo aberto no Tribunal de Contas da União (TCU).

Apesar da política de juros baixos que deve se manter, e a princípio facilita o acesso ao crédito, o que é bom para os bancos, 2018 não deve ser um ano fácil para a Caixa. Com a entrada em vigor progressiva das regras de Basileia 3, o banco precisará ter mais dinheiro próprio para manter o ritmo de empréstimos de qualquer tipo, inclusive o imobiliário. O Acordo de Basileia estabelece diretrizes que devem ser seguidas por bancos de todo o mundo para evitar colapsos financeiros que levem a falências de instituições, como aconteceu na crise de 2008.

No caso da Caixa, a razão entre o volume de empréstimos e a quantidade de recursos próprios está se aproximando do limite estabelecido pelo acordo internacional, o que leva o governo a liberar novos recursos, como fez nessa quinta-feira.

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