Pernambuco fechou 509 vagas de emprego na área de turismo ao longo de 2017. A perda foi a segunda maior entre os estados do Nordeste, ficando atrás apenas da Bahia, onde foram encerrados 1.644 postos de trabalho. Em todo o Brasil, o saldo ficou negativo em 12.690 vagas. Os números regionais seguem a mesma lógica nacional: apesar de o setor ainda não estar gerando emprego, o ritmo de queda sofreu uma importante desaceleração em 2017 comparado a 2016. Entre os segmentos que estão reagindo melhor, estão hospedagem e alimentação.
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Os números fazem parte da pesquisa inédita divulgada ontem pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), realizado pelo Ministério do Trabalho. “O emprego nas atividades do turismo é muito sensível ao comportamento das vendas, uma vez que as atividades são intensivas no uso da mão de obra. Assim sendo, o volume de mão de obra torna-se um indicador importante para a medição da performance do setor”, aponta o relatório da pesquisa.
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Pernambuco ficou bem atrás do Ceará, que conseguiu superar o saldo negativo, passando de -1.148 vagas em 2016 para um número positivo de 773 no ano passado. Até o Piauí conseguiu encerrar 2017 com um bom número: 498 novas vagas no turismo.
Apesar de o saldo ter permanecido negativo pelo terceiro ano consecutivo, a desaceleração do desemprego somada às novas perspectivas econômicas para este ano trazem expectativa de melhora. “A população está voltando a consumir, e o turismo é muito dependente desse consumo. Para Pernambuco, é um setor muito importante, por se enraizar não só no litoral, mas também no interior”, analisa o economista da Fecomércio-PE, Rafael Ramos.
REAÇÃO
Enfrentando esse cenário ainda difícil, o Grupo Jayme da Fonte foi um dos poucos que caminharam na contramão e conseguiram gerar 45 novos empregos fixos diretos, com a inauguração, no fim de 2017, de uma nova unidade do Marante Hotel, localizado na Avenida Domingos Ferreira, em Boa Viagem. “A nova estrutura foi pensada antes da crise, pensando na Copa do Mundo, quando a cidade ainda registrava um déficit de leitos. Com a situação da economia, acabamos adiando nossos planos, mas já sentimos um movimento muito bom no Carnaval”, diz o presidente do Marante, Evandro da Fonte. Para o empresário, o movimento dos últimos quatro meses no setor, em geral, deixaram as perspectivas para o ano ainda melhores.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Turismo do Estado, que não conseguiu disponibilizar porta-voz para comentar os resultados.