ABASTECIMENTO

Greve de caminhoneiros faz preço da batata aumentar 100% no Ceasa

Saca do produto que era vendido a R$ 110 no início da semana chegou a R$ 220 no dia de hoje

Edilson Vieira
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Edilson Vieira
Publicado em 23/05/2018 às 15:35
Bobby Fabisak/ JC Imagem
Saca do produto que era vendido a R$ 110 no início da semana chegou a R$ 220 no dia de hoje - FOTO: Bobby Fabisak/ JC Imagem
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A saca de 50 quilos da batata inglesa, que era vendida a R$ 110 no início desta semana no Ceasa, hoje, foi comercializada por R$ 220. O aumento de 100% no preço do produto se deu por conta do desabastecimento provocado pela greve nacional de caminhoneiros. O preço no varejo ainda não foi afetado. Muitos pequenos comerciantes vendiam o produto hoje a R$ 3,00 o quilo, mas esse preço deve mudar a partir de amanhã. A movimentação de caminhões carregados no Ceasa caiu 60% no dia de hoje, ficando bem distante da média diária, de 700 veículos por dia. O presidente do Ceasa, Gustavo Melo, diz que a situação só não está pior porque muitos atacadistas ainda têm estoques de mercadorias, mas ele admite que o Ceasa de Pernambuco está sob o risco de escassez de alguns produtos tendo como consequência o aumento nos preços.

CEASA

As hortaliças que vêm de outros estados, como é o caso da batata, cebola e cenoura, que chegam de Minas Gerais, Bahia, Goiás e São Paulo são os que sofrem maior risco de desabastecimento. “O caso da batata tem um agravante porque é uma carga segurada, e as empresas seguradoras não estão querendo fazer o seguro de um produto que corre o risco de apodrecer na estrada”, diz Gustavo Melo. O comerciante Evaldo Monteiro que revende cebola e batata no atacado do Ceasa, diz que esperava receber esta semana, seis caminhões de batatas carregados com 15 toneladas cada. Só chegaram dois. “Eu movimento 90 toneladas por semana, vou ter que trabalhar com 30 toneladas, a saída é aumentar o preço, não tem jeito”. Evaldo confirma que o preço da batata dobrou desde segunda-feira. “A saca está por 200, 220 reais, se continuar assim chega a 300 reais”, lamenta.

O presidente do Ceasa diz que a prova de fogo será amanhã, pois a quinta-feira é o dia de maior movimento do centro de abastecimento, quando as redes de hotéis, supermercados e restaurantes costumam fazer suas compras. “Nossa preocupação é com os produtos mais perecíveis como as frutas e folhosos. Se não chegarem ao mercado vai gerar um problema financeiro e social, já que muitos agricultores irão perder parte de suas colheitas”, diz Gustavo Melo, se referindo principalmente aos produtos do Vale do São Francisco como manga, uva, goiaba, além da laranja e banana. Gustavo, que também é presidente da Abracen, associação que reúne 23 centros de abastecimento do País, afirmou que a greve dos caminhoneiros pode ter consequências muito graves para a economia. “Ainda estamos fazendo um levantamento mas acredito que a queda no movimento dos Ceasas a nível nacional esteja em torno de 50%, de acordo com a região”, diz Gustavo.

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