Na Região Metropolitana do Recife (RMR), a inflação acelerou acima da média nacional em maio. Se no País o IPCA variou 0,40% no mês passado, nas cidades que compõem a RMR o avanço foi de 0,75%. Assim como o índice no Brasil, o reajuste da tarifa de energia elétrica, as constantes altas da gasolina e o preço dos alimentos, influenciados também pela paralisação dos caminhoneiros, pressionaram a inflação em Pernambuco. A poucas semanas do São João, o alívio vem do preço da mão de milho, que segue estabilizado e com tendência de redução em relação ao ano passado.
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De acordo com o IPCA, divulgado ontem (8) pelo IBGE, a energia elétrica e a gasolina foram os principais itens que puxaram para cima a inflação. Em maio, a conta de luz dos pernambucanos ficou 12,64% mais cara. “Minha conta de energia teve um aumento de R$ 20 entre abril e maio, isso é muita coisa. Além disso, a gasolina subiu e os alimentos tiveram uma alta tremenda na semana passada (durante a paralisação dos caminhoneiros)”, conta a aposentada Verônica Barkokebas, 60 anos.
Segundo o gerente do índice de preços ao consumidor do IBGE, Fernando Gonçalves, a energia pressionou a inflação por conta dos reajustes praticados. “No fim de abril, em Estados como Pernambuco (alta de 8,41% para consumidores residenciais) e Bahia, o preço cobrado pela energia subiu. Além disso, a bandeira amarela também passou a vigorar naquele mês e acrescentou mais R$ 1 a cada 100 kwh consumidos”, explica.
Além da energia, em maio, o Grande Recife teve a segunda maior variação do preço da gasolina no Brasil (6,34%) – perdendo apenas para Salvador (8,11%) –, refletindo os aumentos praticados pela Petrobras nas refinarias. “Não tem dado mais para encher o tanque, só abasteço aos poucos agora”, diz a estudante Julia Lobo, 23 anos.
A alimentação em casa já acumula alta de 0,50% no ano. Em maio, o grupo apresentou variação de 0,13%. As maiores altas foram da cebola (38,1%), laranja-pera (9,8%) e tomate (4,7%). “No começo do ano, a gente ainda conseguia encontrar fruta e verdura mais baratas na feira, mas nem isso tem mais. Moro em Carpina e vim fazer compras no Recife porque já não tem muita diferença”, diz a secretária Lucia Ribeiro, 66 anos.
Para Gonçalves, além da cebola – que já acumula alta de 85,38% nos últimos 12 meses em função da baixa oferta e diminuição da área plantada na argentina –, os alimentos podem ter os preços acomodados na frente.
MILHO
O milho, por conta das chuvas que atingiram o Estado, apresentou redução de 7% no preço médio da mão (50 espigas) no Ceasa.
Ontem, a mão de milho estava custando R$ 27. “A média de 30 caminhões deve crescer para até 100 veículos por dia. Esperamos vender 13 milhões de espigas este mês, um milhão a mais que em 2017. Não faltou água para irrigar o milho, que deve permanecer com preço igual ou até menor do que em 2017”, confirma o diretor técnico do Ceasa, Paulo de Tarso.