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PF deflagra operação contra fraudes no Instituto da Previdência em PE

Segundo as informações, o desvio do dinheiro público foi ordenado pelo prefeito de um dos municípios investigados

JC Online
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Publicado em 19/10/2018 às 7:54
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Segundo as informações, o desvio do dinheiro público foi ordenado pelo prefeito de um dos municípios investigados - FOTO: Foto : Léo Motta/JC Imagem
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A Polícia Federal desencadeou uma Operação, denominada ‘Abismo’, na manhã desta sexta-feira (19), com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes no Instituto de Previdência dos Servidores nos municípios do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, Salgueiro, no Sertão e Vitória, na Zona da Mata de Pernambuco. Ao total, estão sendo cumprindo 24 ordens judiciais contra empresários, lobistas, advogados, políticos e religiosos. O prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Luiz Cabral de Oliveira (PSB), conhecido como "Lula Cabral", foi preso em sua própria residência na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul Recife. Ele é acusado ordenar os desvios.  

De acordo com as informações, as investigações da Operação Abismo, que ainda estão sob sigilo, foram iniciadas no mês de março deste ano após a descoberta da transferência de R$ 90 milhões do Instituto para fundos de investimento sem lastro e com grande probabilidade de inadimplência futura. Essa transferência colocou em risco o pagamento da aposentadoria dos servidores.  

Durante as investigações, a Polícia Federal coletou indícios de que a alteração na carteira de investimentos do Instituto de Previdência foi efetuada a mando do prefeito Lula Cabral, motivado pelo oferecimento da vantagem indevida.  

Estão sendo cumpridos 18 mandados de busca, dois mandados de prisão temporária e quatro de prisão preventiva. O Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região autorizou o sequestro e o bloqueio dos bens e valores depositados em contas bancárias no nome dos investigados.  

Os suspeitos estão sendo indiciados por lavagem de dinheiro, associação criminosa, crimes financeiros, corrupção ativa e passiva. A pena desses crimes ultrapassa 30 anos de reclusão. Os presos serão levados para a sede da Polícia Federal, na área central do Recife, onde deverão prestar depoimento e serão encaminhados para o sistema prisional.  

Outros estados

A Operação também está sendo realizada nos estados de São Paulo, com 16 mandados, Rio de Janeiro, 17 mandados, Santa Catarina, 3 mandados, Goiás, dois mandados, Distrito Federal e Paraíba, cada um com apenas um mandado. Ao todo, estão sendo utilizados 220 policiais federais para executar 64 ordens judiciais.

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