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Única cidade a eleger Bolsonaro em PE, Santa Cruz do Capibaribe espera recursos

No município, o capitão reformado venceu de Fernando Haddad com 53% dos votos

Da editoria de economia
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Publicado em 30/10/2018 às 7:58
Foto: Edmar Melo/Acervo JC Imagem
No município, o capitão reformado venceu de Fernando Haddad com 53% dos votos - FOTO: Foto: Edmar Melo/Acervo JC Imagem
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De todos os municípios pernambucanos, Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste do Estado, foi o único a garantir a Jair Bolsonaro (PSL) a vitória contra Fernando Haddad (PT). Cravado no meio do Polo de Confecção de Pernambuco, com cerca de 105.936 habitantes, o município deu ao capitão reformado 23.044 votos (53,83%), contra 19.675 (46,17%) votos do petista. 

O “vira-voto” mudou os resultados no Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Camaragibe, Carpina, Taquaritinga do Norte e na vizinha Caruaru, entre o primeiro e segundo turno. Não foi capaz, entretanto, de converter o eleitor santa-cruzense, que optou pelo viés econômico na região que tem 5.391 pequenos negócios e o Moda Center – maior centro atacadista de confecções do Brasil – com 10 mil pontos e 150 mil clientes por semana.

Embora não tenha dito ainda como, em seu discurso após os resultados das urnas, Bolsonaro garantiu que vai “quebrar paradigmas”. “Vamos confiar nas pessoas. Vamos desburocratizar, simplificar e permitir que o cidadão, o empreendedor, tenha mais liberdade para criar e construir o seu futuro”, afirmou minutos após a confirmação da eleição. No programa de governo, a ideia é implementar estudo de empreendedorismo nas universidades para que os jovens já saiam “pensando em abrir empresas”.

NOVO PROJETO 

O projeto do novo presidente agradou empreendedores da cidade. Um grupo de pequenos e médios empresários do município de Santa Cruz foi responsável por grande parte da mobilização pró-Bolsonaro na região. “Santa Cruz vive em função da atuação de empresas de confecção. Talvez tenha muita gente de fora, empresários, que migraram para lá e influenciaram o resultado”, aponta o professor de economia da UFPE, Écio Costa.

 

 

No ano, segundo o Caged, Santa Cruz teve variação de 3,03% no número de empregos, com 2.839 admissões e 2.504 desligamentos. Dados do IBGE apontam que em 2016, o salário médio mensal dos trabalhadores – quase 15% da população ocupada – era de 1,4 salários mínimos. O PIB per capita, em 2015, chegou a R$ 12.286, com 81% do total das receitas oriundas de fontes externas.

Para o prefeito de Santa Cruz, Edson Vieira (PSDB) – partido que apoiou Bolsonaro no 2º turno – o município deu exemplo e merece “cuidado especial” do presidente. “A cidade vive basicamente de empreendedorismo de confecção e vem passando por uma recessão muito forte nos últimos três anos. As ações do PSB, aliado ao PT, não chegaram a contento para nós. A melhoria da infraestrutura do polo não veio. A política social é importante, mas o viés econômico é muito mais forte”, garante. Reeleito no Estado, Paulo Câmara (PSB) teve apenas 7.572 votos no município, ou seja, 21,42%. Armando Monteiro (PTB) recebeu 23.444, 66,31%.

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