Setenta catadores que vão trabalhar no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, iniciaram nesta terça-feira (11) um curso de formação, oferecido por uma empresa patrocinadora do mundial. O diretor de Assuntos Governamentais da Coca-Cola Brasil para a Copa do Mundo, Victor Bicca, explica que durante o treinamento eles receberam informações sobre o manuseio de equipamentos e o tipo de lixo que deve ser recolhido. “Como eles vão se comportar, como vai ser feita a coleta, para onde vai ser encaminhado o lixo que vai ser coletado. Depois, a gente encaminha isso para a cooperativa que vai fazer a triagem e o tipo de material que eles vão usar durante o trabalho nos estádios”.
Catadores de Natal, no Rio Grande do Norte, e de Belo Horizonte, em Minas Gerais, também já passaram pela capacitação. Aline Souza, associada à Cooperativa Recicla Brasília, acredita que a inclusão social vai ser o maior benefício durante a Copa para quem vive da reciclagem. “Os grandes parceiros e o governo depositaram a confiança nos catadores e não nas empresas. O mais importante não vai refletir tanto na renda, o avanço é o impacto de a sociedade ver que quem vai fazer a coleta nos jogos são os catadores e não as empresas”, comemora a catadora.
O presidente da Central de Cooperativas de Materiais Recicláveis do Distrito Federal, Ronei Alves, trabalhou no Mané Garrincha durante jogo da Copa das Confederações e participa do treinamento para a Copa do Mundo. “A gente não tem visto muita dificuldade no recolhimento dos resíduos nos eventos no estádio. Na realidade, se o resto da capital do país fosse como no estádio, a coleta seletiva teria mais sucesso”, observou Alves.
Trezentos cestos para lixo reciclável vão ser instalados em cada arena da Copa do Mundo. “A gente desenvolveu coletores novos, transparentes que vão ser distribuídos nos 12 estádios. A ideia é assegurar que o público também saiba descartar o resíduo gerado. Haverá uma campanha e o Fuleco é o padrinho da Campanha Educacional de Gestão de Resíduos nos Estádios”, diz Bicca.
Todo o material recolhido durante os jogos vai ser vendido e deve voltar para a indústria como matéria-prima. A multinacional responsável pelo treinamento dos catadores estima que, em cada partida, sejam produzidas em média 5 toneladas de lixo reciclável.