História das Copas

Copas de 1934 e 1938: Bi da Itália e artilharia de Leônidas

As duas edições seguintes da Copa, após a estreia do torneio em 1930, ampliaram o sucesso da primeira edição

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Publicado em 14/01/2018 às 11:34
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As duas edições seguintes da Copa, após a estreia do torneio em 1930, ampliaram o sucesso da primeira edição - FOTO: Divulgação
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Apesar de não ter sido um primor em termos de participação, a primeira Copa do Mundo foi um sucesso. Tanto que as duas próximas edições sequer tiveram a organização contestada. Restava estabelecer apenas quais seriam os países-sede. Para atender a necessidade de propaganda do regime Fascista, Benito Mussolini conseguiu que a Itália recebesse o segundo Mundial, em 1934. O título conquistado pela seleção italiana exacerbou o sentimento nacionalista, que foi ampliado com o bicampeonato em 1938, na França. O futebol brasileiro, por sua vez, só começou a despontar a partir do terceiro Mundial, ao estabelecer a artilharia do torneio com o carioca Leônidas da Silva.

Nascido na cidade do Rio de Janeiro, em 1913, Leônidas atingiu o pioneirismo de muitas maneiras no futebol brasileiro. Foi o primeiro artilheiro do País em Copas do Mundo, com sete gols. Além disso, consolidou-se como o maior ídolo na era pré-Pelé. Também foi o primeiro jogador de futebol do País a atuar como garoto-propaganda. A Lacta o contratou exclusivamente para lançar o chocolate Diamante Negro, apelido pelo qual a imprensa internacional passou a chamá-lo. Outra alcunha atribuída ao brasileiro pelos jornalistas era a de ‘Homem-Borracha’.

A Leônidas ainda é atribuída a autoria do gol de bicicleta, apesar de não haver qualquer comprovação histórica. O carioca executava a jogada com tanta maestria que acabou sendo conhecido como um de seus inventores. O fato de o Diamante Negro ser o jogador mais famoso a realizá-la também colaborou para isso.

Mas, na Copa da Itália, em 1934, o atacante não teve muita oportunidade de mostrar suas habilidades. Com a fórmula de disputa alterada, sem a fase de grupos, o Brasil acabou dando adeus na estreia, ao perder por 3x1 para a Espanha. O Diamante Negro, porém, deixou a sua marca, pois foi o autor do gol canarinho na partida. Sem a concorrência da seleção uruguaia, então campeã do Mundo, a Itália chegou ao primeiro título mundial em casa depois de vencer a Checoslováquia por 2x1 na final.

FRANÇA

A equipe brasileira que foi ao terceiro Mundial, em 1938, na França, obteve mais sucesso. A fórmula de disputa da edição anterior foi mantida e o País chegou à semifinal. Para avançar a essa fase, porém, a Canarinho fez duas partidas marcadas por situações inusitadas. Nas oitavas, enfrentou a Polônia em um jogo cheio de gols, que acabou em 4x4. Na prorrogação, a estrela de Leônidas voltou a brilhar. Ele marcou os dois gols da vitória brasileira por 2x1, um deles, segundo a lenda, com um dos pés descalços. Em razão da chuva, o campo estava enlameado e, como o jogador brasileiro tinha a pele negra, o juiz não viu ele anotar o primeiro tento do tempo extra sem uma das chuteiras.

Já nas quartas de final, o Brasil precisou enfrentar a Checoslováquia duas vezes. A primeira partida ficou conhecida como a batalha de Bordeaux, devido à violência em campo. Após as duas prorrogações, acabou empatada por 1x1. Como não havia cobrança de pênaltis naquela época para por fim à igualdade, um segundo jogo foi realizado. O Brasil saiu de campo vitorioso, por 2x1. Com muitos jogadores machucados, Leônidas foi um dos poucos titulares que atuaram no segundo duelo, igualmente violento. Ele marcou um dos gols brasileiros, mas não teve condições de fazer a semifinal com a Itália.

Sem o atacante, o Brasil até fez uma partida equilibrada, mas não foi capaz de deter o ímpeto italiano. Um pênalti convertido por Meazza - com direito à mão na cintura para segurar o calção com elástico partido - pôs fim ao sonho brasileiro de chegar à final. Com o 2x1 sobre a canarinho, a Itália avançou à decisão diante da Hungria e ergueu a Taça Jules Rimet, pela segunda vez seguida, com um 4x2 no placar.

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