MUDANÇA TÁTICA

Com Tite, a seleção brasileira chega na Copa evoluída taticamente

Sob o comando do ex-corintiano, o Brasil passou a atuar no 4-1-4-1

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Filipe Farias
Filipe Farias
FILIPE FARIAS
Publicado em 17/06/2018 às 7:56
Foto: AFP
Sob o comando do ex-corintiano, o Brasil passou a atuar no 4-1-4-1 - FOTO: Foto: AFP
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Um novo conceito de jogo. Apesar de não ter modificado tanto assim as peças que estavam sendo convocadas por Dunga, o técnico Tite conseguiu implementar na seleção brasileira uma nova forma de atuar simplesmente com pequenos ajustes táticos e reposicionando algumas peças em campo. Ao invés do 4-2-3-1 do seu antecessor, o ex-treinador corintiano optou pelo esquema que o fez conquistar tudo no Timão, o 4-1-4-1, que valoriza o jogo coletivo. É claro que para a sua engrenagem funcionar, o comandante canarinho teve de bancar a convocação de alguns atletas que estavam esquecidos, mas que eram de sua confiança e se tornariam fundamentais para o time: caso de Casemiro, Paulinho e Renato Augusto.

Se a linha defensiva do Brasil seguia praticamente a mesma de um treinador para o outro, o mesmo não se pode falar do meio de campo. Enquanto Dunga atuava com Luiz Gustavo como cabeça de área e Elias saindo mais para o jogo, Tite procurou dar novas funções aos volantes. Responsável pela proteção da zaga, Casemiro é considerado o termômetro da equipe, já que ele atua como o elo entre os setores de defesa e ataque. Já Paulinho e Renato Augusto passaram a jogar numa linha mais avançada, por dentro, com a incumbência de armar as jogadas e de chegarem à área adversária, enquanto que com o capitão do tetra isso recaia nas costas de apenas um meia articulador, com os volantes ficando presos no campo defensivo.

Com a meia-cancha povoada, o Brasil passou a ter mais posse de bola, compactação entre os setores e uma transição ofensiva com mais qualidade sob o comando de Tite. Além disso, o treinador deu liberdade para os homens de meio chegarem à frente. A prova é que Paulinho é o terceiro artilheiro da Era Tite, com sete gols feitos. Porém, assim que o time perde a bola, todos precisam preencher os espaços vazios e procurar retomar a posse o mais rápido possível - quem está mais próximo do rival precisa dar o combate, inclusive os atacantes.

Quem ajuda bastante a pressionar os rivais na saída de bola é Gabriel Jesus, outra aposta do técnico Tite. O centroavante do Manchester City realiza cinco vezes mais ações defensivas do que Ricardo Oliveira, que fazia a função de 9 com Dunga. Enquanto que Neymar não joga mais solto em campo sem nenhuma responsabilidade tática, como ocorria há dois anos. Agora, ele tem o seu papel bem definido e semelhante como atuava no Barcelona e joga no PSG.

MUDANÇAS PRÉ-COPA

Porém, nessa reta final de preparação para a Copa, o comandante brasileiro promoveu algumas mudanças para a estreia diante da Suíça. Na defesa, com a lesão de Daniel Alves, Danilo entrou na lateral. Na zaga, Thiago Silva ganhou a disputa com Marquinhos (que tem mais jogos que o companheiro de PSG com Tite). Nada que altere a maneira de jogar do Brasil.
Já o meio de campo ganhou mais ousadia. Com Renato Augusto se apresentando em baixa na seleção e com dores no joelho esquerdo, Tite aproveitou para testar uma formação mais ofensiva. Willian ganhou uma chance entre os titulares - atuando aberto pela direita - e Coutinho jogando por dentro com Paulinho. Deu certo.

“Tite pediu para eu ficar mais e liberar Coutinho para ficar mais perto do gol”, explicou Paulinho a função que terá na estreia da Copa do Mundo.

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