TRAGÉDIA DA CHAPE

Detido na Bolívia aeroviário ligado à acidente da Chapecoense

O funcionário fugiu para o Brasil no início de dezembro, argumentando que seus superiores a pressionaram a mudar o relatório que elaborou após o acidente

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Publicado em 20/01/2017 às 18:27
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O funcionário fugiu para o Brasil no início de dezembro, argumentando que seus superiores a pressionaram a mudar o relatório que elaborou após o acidente - FOTO: Foto: AFP
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A Promotoria da Bolívia deteve nesta sexta-feira um funcionário da estatal aeroportuária Aasana por ignorar as falhas do plano de voo do avião da LaMia que caiu na Colômbia com a equipe da Chapecoense.

"O Ministério Público ordenou a detenção de Miguel Teodovich Ponce por "ignorar as determinações do manual de funções da Direção Geral da Aeronáutica Civil", assinalou a Procuradoria-Geral em comunicado enviado à AFP.

"Como Supervisor de Trânsito Aéreo da Administração de Aeroportos e Serviços da Navegação Aérea (Aasana), Teodovich ignorou tudo referente ao plano de voo internacional de transporte de passageiros".

Teodovich era o chefe da funcionária da Aasana Celia Castedo, que fez observações sobre o plano de voo do avião da LaMia. 

Castedo fugiu para o Brasil no início de dezembro, argumentando que seus superiores a pressionaram a mudar o relatório que elaborou após o acidente, no qual informava suas objeções ao voo, o que a tripulação ignorou.

Uma investigação das autoridades aeronáuticas colombianas estabeleceu que o avião tinha combustível limitado para fazer o trajeto entre a cidade boliviana de Santa Cruz e o aeroporto José María Córdova, nos arredores de Medellín.

O governo boliviano estabeleceu que a responsabilidade do acidente foi da empresa LaMia e do piloto Miguel Quiroga, que executou o voo sem observar as normas de segurança, e de uma dúzia de funcionários da Aasana e da estatal Direção Geral de Aeronáutica Civil (DGAC).

Segundo a promotoria, já foram detidos Gustavo Vargas Gamboa, gerente-geral da LaMia, e seu filho Gustavo Vargas Villegas, que se encarregava dos registros aeronáuticos junto à DGAC.

Comoção

No dia 29 de novembro, o avião BA-146 modelo RJ85 de LaMia caiu nos arredores de Medellín, por pane seca, matando 71 das 77 pessoas a bordo, incluindo 19 jogadores da  Chapecoense.

A comoção em favor da Chapecoense se estendeu por todo o mundo. Grandes clubes internacionais se solidarizaram com a agremiação do Oeste de Santa Catarina através das redes sociais, demonstrando total apoio e conforto aos familiares e amigos das vítimas da tragédia com a Chape.

Na Espanha, Barcelona e Real Madrid prestaram homenagens à equipe brasileira. Antes do treino de ontem, os elencos dos dois times realizaram um minuto de silêncio. No Instagram, o atacante Neymar, do Barça, disse que era impossível de acreditar na tragédia que acontecera, e que se “hoje o mundo chora, o céu se alegra em receber campeões”.

O Atlético de Madrid, time que o pernambucano Cleber Santana defendeu em duas temporadas (2007/2008 e 2009/2010), postou no Twitter uma mensagem de pesar pelo acidente que matou o ex-atleta do clube. “Abalados pelo acidente do avião em que viajava a Chapecoense e o nosso ex-jogador Cleber Santana. Nossas condolências aos familiares das vítimas do acidente aéreo. Descansem em paz”.

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