Diante do retorno polêmico do ex-detento Bruno Fernandes aos gramados, após a contratação pelo Boa Esporte-MG, personalidades ligadas ao esporte pernambucano se posicionaram sobre o assunto. O goleiro foi anunciado como reforço do time de Varginha na última sexta-feira (10), depois de ter o habeas corpus assinado pelo ministro do STF Marco Aurélio Mello. Bruno cumpriu apenas sete dos 22 anos e três meses a que foi condenado pelo assassinato de Eliza Samudio.
No Recife desde ontem, quando recebeu, do Sport, homenagem pelo Dia Internacional da Mulher, a nadadora pernambucana Joanna Maranhão disse não ser contra o fato de Bruno estar de volta ao futebol. Para a finalista dos Jogos de Atenas-2004, o grande problema é o momento em que esse retorno acontece.
“Ele teria de pagar pelo crime que cometeu. Não pagou. A gente vê o caso Yoki, em que eu não lembro o nome da moça (Elize Matsunaga), assassinou e esquartejou o marido (Marcos Matsunaga). Foram dois crime premeditados, um cometido por um homem, outro por uma mulher. No caso dela, o julgamento foi completamente diferente. Bruno agora vai entrar com pedido para ter a guarda do filho, e ela vai perder a da filha, além de ficar presa por muito tempo. Então, a cultura do machismo está impregnada em todos os âmbitos. Bruno não pagou pelo crime. Não assumiu. Até hoje não disse onde o corpo está. São tantas coisas aí que é uma vergonha muito grande ele estar voltando a jogar nesse momento”, opinou.
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Já o vice-presidente do Santa Cruz, Constantino Júnior, afirmou que o clube teria um olhar mais crítico caso Bruno pedisse uma oportunidade na Cobra Coral. “Não é que ele não possa ter um recomeço. Quem julga e pune é o Estado e o poder judiciário. Mas acho que o futebol depende muito dessa magia do torcedor, do relacionamento com os colegas, do respeito aos associados. O Santa Cruz é um clube de massa. Também da ressocialização. Mas por tudo que esse crime bárbaro simbolizou, acho que ele não teria portas abertas aqui”, disparou.
Atuante na mesma posição que Bruno, o goleiro Magrão, do Sport, questionou o papel da Justiça no caso. “O grande erro foi a Justiça ter soltado antes. A partir do momento em que ele é solto, o direito ele tem, como qualquer um, de trabalhar. Mas é complicado pela maneira que ele cometeu o crime. Como dirigente, eu não estaria nesse meio não”.