Sul-Americana

Chapecoense e Atlético Nacional decidem título da Recopa

Amizade ficará de lado na decisão entre os dois clubes

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Publicado em 09/05/2017 às 17:16
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Amizade ficará de lado na decisão entre os dois clubes - FOTO: AFP
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A amizade entre Atlético Nacional e Chapecoense, surgida após a tragédia aérea que dizimou o clube catarinense, sofrerá uma pausa de noventa minutos nesta quarta-feira, quando o duelo entre ambas as equipes, em Medellín, definirá o campeão da Recopa Sul-Americana.

A Chape chega à partida decisiva com uma leve vantagem, graças à vitória por 2 a 1 em Chapecó, e confiante, depois de conquistar no domingo o Campeonato Catarinense, o primeiro troféu da equipe desde o acidente de 28 de novembro do ano passado, quando o avião que levava a delegação caiu nas montanhas colombianas, deixando 71 mortos, entre eles 19 jogadores e o técnico Caio Júnior.

Os jogadores brasileiros foram recebidos com pompa na segunda-feira, em sua volta a terras colombianas. Homenagens, condecorações e aplausos amenizaram a volta da modesta equipe catarinense a Medellín para a partida que será disputada nesta quarta-feira às 21h45, horário de Brasília, no estádio Atanasio Girardot.

"Me sinto feliz, estava muito ansioso para chegar aqui outra vez, para sentir esse carinho que todos nos transmitiram", declarou aos jornalistas o ex-goleiro Jackson Follman, um dos três jogadores que sobreviveram ao acidente e que viajou com a equipe para incentivar os companheiros.

Follman, 25 anos, caminhou ao lado dos atuais jogadores da Chapecoense pelo terminal da base da Força Aérea Colombiana, com uma naturalidade impressionante apesar da prótese que substitui parte de sua perna direita, amputada como consequência do acidente aéreo.

Apesar da calorosa recepção do departamento de Antioquia, da qual Medellín é a capital, a torcida do Atlético Nacional espera uma nova conquista de sua equipe, que acaba de se classificar de maneira antecipada às quartas de final do torneio local e busca recuperar uma glória internacional abalada pela campanha ruim na Copa Libertadores.

 

 No campo é outra história 
 

"Dentro de campo, é outra história. É uma final que tanto eles como nós queremos ganhar. É preciso entrar em campo com essa mentalidade, porque nosso desejo é seguir fazendo história", declarou o lateral Daniel Bocanegra, titular indiscutível da equipe treinada por Reinaldo Rueda.

O Atlético Nacional, equipe mais vencedora da Colômbia, encara a partida de volta da Recopa com somente um desfalque em relação ao jogo de ida, em abril: o zagueiro Felipe Aguilar sofreu uma lesão naquela partida e ainda está em recuperação.

O Atlético também não poderá contar com dois habituais titulares, os jovens Carlos Cuesta, na defesa, e Rodín Quiñones, meia ofensivo. Ambos não foram inscritos para esta competição.

"Para nós é uma final, um título que queremos ganhar, que ambicionamos, que desejamos e para o qual devemos trabalhar com muito segurança, com muita fome de glória", afirmou Rueda.

 

 "A melhor forma de honrá-los" 
 

Mas a ambição não é só colombiana. A Chapecoense quer virar a página da dor e sabe que a melhor homenagem aos companheiros falecidos é levantar a taça no gramando do estádio Atanasio Girardot, mesmo recinto que os esperava para a partida de 30 de novembro, pela ida da final da Copa Sul-Americana, e que acabou nunca acontecendo.

"A melhor forma de honrá-los é deixando tudo de nós dentro de campo para esta final", explicou o técnico Vágner Mancini.

O retrospecto recente da modesta equipe da Chapecoense fora do Brasil, porém, não é dos melhores. Na Libertadores, os catarinenses estão praticamente eliminados no grupo 7, a duas rodadas para o fim da fase de grupos.

"Vamos enfrenar um adversário forte e temos que estar preparados. Tenho certeza que será um grande jogo entre duas grandes equipes. Vamos lutar muito duro para conseguir esse título", afirmou o volante Túlio de Melo, um dos líderes do elenco da Chape.

"Eternamente agradecidos" com Medellín e o Atlético Nacional, Mancini quer continuar comandado a reconstrução da Chapecoense. Para isso, consegue separar bem a amizade que se criou fora de campo e a rivalidade que se mantém dentro dela.

"Assim como eles, queremos ser campeões da Recopa", concluiu o treinador da Chapecoense.

 

- Prováveis escalações:

Atlético Nacional: Franco Armani - Daniel Bocanegra, Alexis Henríquez, Francisco Nájera, Farid Díaz - Diego Arias, Mateus Uribe - Andrés Ibargüen, Macnelly Torres, Jhon Mosquera - Dayro Moreno. T: Reinaldo Rueda

Chapecoense: Artur Moraes; Apodi, Douglas Grolli, Nathan Cardoso , Reinaldo - Andrei Girotto, Luiz Antonio, Joao Pedro - Rossi, Tulio de Melo e Arthur Caíke. T: Vágner Mancini

Árbitro: Roberto Tobar (Chile

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