Futebol

Infantino denuncia notícias falsas sobre a Fifa

Presidente vem lutando para melhorar a imagem da entidade

Wladmir Paulino
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Wladmir Paulino
Publicado em 11/05/2017 às 20:36
AFP
Presidente vem lutando para melhorar a imagem da entidade - FOTO: AFP
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"A nova Fifa é uma democracia, não uma ditadura", garantiu o presidente Gianni Infantino, nesta quinta-feira, depois de destituir os chefes da justiça interna da instituição e denunciar as notícias falsas que cercam a entidade, no fechamento do congresso no Bahrein.

Depois de ser eleito como o mais poderoso da Fifa, após uma série de processos judiciais que tiraram muitos membros da entidade por corrupção, o sucessor de Blatter está certo de uma coisa: "A crise acabou".

O que aconteceria com a imputação da justiça americana por suspeitas de corrupção com o  kuwaitiano Al-Sabah, importante membro do conselho da Fifa? "São fatos que se referem ao passado. Não posso excluir que sejam produzidos novos casos, mas não vão afetar a administração da Fifa, já que estamos colocando em prática alguns mecanismos", explicou Infantino.

"Reconstruímos a reputação da Fifa, depois de tudo que passou", acrescentou o mandatário, referindo-se à crise que provocou a saída do seu antecessor Sepp Blatter.

- "Nunca mais!" -
"Nunca mais", falou Infantino antes de acrescentar: "Se tem alguém nessa sala que quer aproveitar para enriquecer, que abandone o futebol agora", atacou.

O ítalo-suíço criticou severamente "os expertos que no passado foram generosamente pagos para reformar a Fifa. Mas o que fizeram? Simplesmente validaram um sistema que não funcionava".

"Não vou aceitar lições de boa governança de pessoas que fracassaram ao proteger o futebol e a Fifa", insistiu.

Infantino denunciou que "as falsas informações estão na moda e bater na Fifa se transformou em um esporte nacional. Muitas pessoas iniciam boatos e se aproveitam da intoxicação", explicou o presidente.

"Mas isso mudou, somos novas pessoas e atuamos com ações, não com palavras. É importante que quando vocês escrevam seus artigos levem em consideração os feitos que fizemos. Às vezes vocês escrevem informações destinadas a ferir a organização", atacou os jornalistas.

Antes, Infantino aprovou com 97% dos votos a nomeação dos novos presidentes da Comissão de Ética, justiça interna da Fifa.

O grego Vassilios Skouris, ex-presidente da Corte Europeia de Justiça, substitui o magistrado alemão Hans-Joachim Eckert na presidência da Comissão.

Ao mesmo tempo, a colombiana María Claudia Rojas foi nomeada presidenta do órgão de instrução desta comissão, no lugar do suíço Cornel Borbely, antigo fiscal do Cantão de Zurique.

A Comissão de Ética suspendeu durante 8 anos, no final de 2015, o ex-presidente Joseph Blatter e o ex-presidente da Uefa Michel Platini, depois de pagamento de 1,8 milhões de euros do primeiro para o segundo.

Esta mesma comissão teria aberto "uma investigação preliminar contra Gianni Infantino em 2016", atual mandatário da Fifa, depois de informações sobre a utilização de aviões privados serem vazadas. O processo foi arquivado.

- Infantino, Trump e Israel -
Borbely, um dos presidentes da Comissão de Ética que não teve o mandato renovado, lamentou que sua saída tenha sido "um revés na luta contra a corrupção e significado o fim dos esforços para reformar a Fifa".

"É uma tempestade em copo d'água. A Fifa não despediu ninguém. São mandatos que chegam ao seu fim", respondeu Infantino.

O Congresso, que teve participação de 211 federações, também aprovou a ampliação do processo de candidaturas para o Mundial de 2026, para o qual a opção formada por Estados Unidos, Canadá e México parece a favorita.

Os países interessados, que não podem ser europeus nem asiáticos, por conta dos Mundiais de 2018 e 2022 serem na Rússia e no Catar, tem até o dia 11 de agosto para apresentar suas candidaturas.

Por fim, apesar dos protestos do presidente do futebol palestino Jibril Rajoub, a Fifa preferiu adiar a decisão sobre o conflito mantido com Israel. Os clubes israelenses disputam o campeonato na Cisjordânia, em território ocupado palestino.

Infantino indicou que vai tomar uma decisão na próxima reunião do conselho em outubro, na Índia.

"O presidente Trump espera encontrar uma solução", falou Infantino sobre o conflito entre Israel e Palestina. "Se tiver boas ideias, vou levar em conta", acrescentou o mandatário.

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