A grande atuação de Diego Souza, autor de dois gols na goleada da seleção brasileira por 4x0 no amistoso contra a Austrália, ontem pela manhã, aumentou a cotação do meia-atacante do Sport com o técnico Tite. E isso em um momento pra lá de importante: a exatamente um ano para o início da Copa do Mundo da Rússia. No dia 14 de junho de 2018, a bola começa a rolar para o 21º Mundial. Jogar bem nos poucos jogos que ainda restam até lá pode ser o passaporte para quem ainda busca uma vaga entre os 23 escolhidos de Tite, caso de DS87.
A Canarinho está em uma situação confortável. Classificada para o Mundial com quatro rodadas de antecedência - apenas a anfitriã Rússia e o Irã também estão garantidos -, o escrete verde e amarelo tem um time-base praticamente definido: Alison, Daniel Alves, Miranda, Marquinhos e Marcelo; Casemiro, Paulinho e Renato Augusto; Neymar, Phillippe Coutinho e Gabriel Jesus.
Com padrão tático, espírito e torcida renovados, o Brasil tem tudo para entrar na competição como um dos favoritos. Isso se deve muito a chegada de Tite, que estreou no dia 1º de setembro de 2016 e bateu por 3x0 o Equador, na altitude de Quito.
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Tite não precisou de muito tempo para mudar o fraco desempenho que a equipe tinha com o ex-comandante Dunga. Em 11 jogos (oito pelas Eliminatórias e três amistosos), a seleção brasileira ganhou uma nova cara dentro e fora das quatro linhas: dez vitórias e apenas uma derrota - no amistoso para a Argentina, semana passada, também em Melbourne-AUS. “Uma convocação não é momentânea e sim, construída. Diego (Souza), por exemplo, fez um Campeonato Brasileiro sensacional no ano passado, é um jogador que não faz apenas o pivô e tem bastante mobilidade”, disse Tite, negando que o grupo está fechado.
No entanto, por mais que o treinador declare que a lista dos 23 atletas não está definida, as convocações dizem o contrário. Ele dá sinais de que restam dúvidas apenas em poucos setores entre os suplentes: o terceiro goleiro, os dois laterais, no meio-de-campo e o atacante para ser reserva de Gabriel Jesus. Para as vagas, se não houver surpresa, disputam Ederson e Diego Alves (goleiros), Fágner e Rafinha (lateral-direita), Filipe Luís e Alex Sandro (lateral-esquerda), David Luiz, Rodrigo Caio (zagueiros que podem jogar no meio), Oscar e Diego (meias) e Roberto Firmino, Diego Souza e Luan (atacantes). “A seleção está bem encaminhada. Falta apenas lapidá-la. E isso Tite pode fazer muito bem. Se dando ao luxo de testar alternativas. É isso que vai fazer ao longo deste ano”, afirmou o colunista do JC, Carlyle Paes Barreto.
A grande missão nos próximos 365 dias é não deixar cair o nível da seleção brasileira. Até o primeiro jogo na Rússia, país sede da Copa, serão mais cinco ou seis amistosos e quatro jogos das Eliminatórias. “Tite tem quase todos os convocados na cabeça. Mas é preciso preservar os jogadores para nada de errado acontecer durante esse ano. E em 2018, fazer uma reavaliação”, explicou o comentarista da Rádio Jornal, Maciel Júnior.
PASSADO
A história do Brasil nas Copas mostra que não é o ideal fechar o grupo com antecedência. Para acertar o futuro, é bom tirar lições do passado. “Fechar grupo com um ano de antecedência é sempre perigoso para o mal e para o bem. Foi assim com Raí em 1994, Giovanni em 1998 e Fred em 2014 só para ficar nos casos mais fáceis para o torcedor lembrar. Do outro lado, podemos citar Kleberson na Copa de 2002”, lembrou Wladmir Paulino, do Blog do Torcedor.