Hora antes do início do sorteio dos grupos da Copa do Mundo, a Fifa promoveu uma entrevista coletiva para com os dois principais nomes da Copa do Mundo de 2018. O evento, porém, se transformou em uma troca de acusações e pressões sobre doping, corrupção e o futuro do Mundial.
No palco, Vitaly Mutko, vice-primeiro-ministro russo, e o presidente da Fifa, Gianni Infantino, iniciaram a conversa no Palácio do Kremlin com palavras amenas. A dupla foi ajudada com perguntas positivas vindas da imprensa russa. Até que o microfone começou a circular e outros jornalistas tocaram nos pontos fracos dos dirigentes.
Um dos jornalistas perguntou sobre a situação de Mutko, acusado em investigações da Agência Mundial Antidoping (WADA, na sigla em inglês) de ter organizado um "doping de estado" para os atletas russos, inclusive no futebol. Infantino garantiu que isso não afeta a Fifa, ainda que o russo seja o organizador da Copa. "Não participamos de especulações", alegou, insistindo que nenhum jogador da seleção russa foi pego no doping.
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TENSÃO
Mutko, por seu lado, tomou as dores de ser acusado às vésperas de seu próprio evento. "Aqui na Rússia parece que sempre fazemos as coisas erradas", disparou. O russo partiu para o ataque quando passou a acusar a imprensa e, em especial o jornal The New York Times, de ser "porta-voz" do Comitê Olímpico Internacional (COI). "Parece que eles têm esse papel", disse, ao ser questionado se temia ser suspenso. "Talvez vocês já sabem. Eu não sei", disse.
Conforme as perguntas eram feitas, o apresentador e os principais atores no palco insistiam em pedir que questões "positivas" e sobre a Copa fossem realizadas. Mas, para a frustração dos organizadores, isso não ocorria.
Nas cordas, Mutko apenas respondia à pressão internacional com novos ataques. "Não existe um programa de estado. Não precisamos disso. São meras especulações", insistia. "De repente, estamos sendo denunciados como o pior dos piores. Façam os testes em outros países e verão que terá nos outros", dizia.
Ao terminar, Mutko foi questionado se sentia envergonhado da onda de perguntas e críticas sob as quais foi submetido, em pleno Kremlin. "Não tenho nada a me envergonhar", completou.