Um duelo entre gerações. A edição 2018 do Campeonato Pernambucano tem sido um exemplo da recente renovação de treinadores pela qual o futebol brasileiro está passando. Enquanto novos nomes chegam, os treinadores mais experientes seguem no mercado e continuam contribuindo para o desenvolvimento do esporte no país. E este processo poderá ser evidenciado na fase de mata-mata da competição, quando treinadores de diferentes gerações poderão estar frente a frente em campo. Entre os técnicos já garantidos na próxima fase do Estadual, três são de uma safra mais recente no futebol brasileiro: Roberto Fernandes (46 anos), do Náutico, e Fernando Lins (47), do Vitória, e Sérgio China (51), do Salgueiro. Os outros dois já classificados são formados em uma outra geração. São os casos de Nelsinho Baptista (67), no Sport, Mauro Fernandes (64), no Central.
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Um exemplo no estado de um processo de renovação ainda mais recente é o técnico Júnior Rocha, do Santa Cruz. Com 36 anos, o comandante coral é o terceiro técnico mais novo entre os treinadores das Séries A, B e C do Campeonato Brasileiro. Para Rocha, essa troca de experiências só faz bem para o futebol brasileiro. “Enxergo como excelente. É preciso ter essa mescla, assim como é preciso ter entre os jogadores. Não tem como manter os treinadores pela vida inteira. A CBF tem feito um bom trabalho com troca de experiências. Foi um privilégio me encontrar com nomes como Guto Ferreira, Mancini, Carlos Alberto Parreira, treinadores de diferentes gerações, com cada um trazendo alguma contribuição para o debate. Acho que os treinadores do Brasil estão num caminho certo”, afirmou.
'Há espaço para todos', diz Mauro Fernandes
Um dos representantes da ala mais experiente dentro do Campeonato Pernambucano, Mauro Fernandes classificou como normal essa renovação entre os treinadores. Mas afirmou que há espaço para todos os profissionais nesse mercado. “É o normal. Tudo vai se renovando. Acho que Brasil tem uma safra de bons treinadores que estão surgindo agora. Treinadores como eu e o Nelsinho, do Sport, não vão seguir para sempre. Nós, treinadores mais experientes, precisamos dar essa passagem. E existe lugar para todo mundo trabalhar. Se ele tem trinta, cinquenta ou setenta, ele terá seu espaço, mas desde que se faça o trabalho. Não é porque ele tem 30 anos que é um treinador com pensamento moderno. Ele tem que saber trabalhar, e esses mais novos que já entraram no mercado são uma prova disso e fizeram por merecer. Fico satisfeito com essa nova geração”, declarou o treinador do Central.