Pernambucano

Erros que ninguém assume em confusão no Clássico das Multidões

Clubes, PM e Federação se eximiram de culpa em episódio na Ilha do Retiro

JC Online
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Publicado em 09/03/2018 às 7:12
Foto Diego Nigro/JC Imagem
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A cena de dezenas de torcedores do Santa Cruz caindo como uma avalanche nas arquibancadas da Ilha do Retiro no clássico da última quarta-feira pelo Campeonato Pernambucano rodaram o Brasil na última quarta (7). E como não poderia ser diferente, a discussão sobre quem foram os culpados pelos cerca de 60 feridos. O Ministério Público do Estado abriu inquérito para apurar a conduta dos envolvidos. Polícia Militar, Federação e clubes se eximiram de culpa no episódio. Já a maioria dos torcedores do Santa Cruz envolvidos no caso acusou a ação da PM, que por sua vez classificou a atuação de seus homens como “profissional e ética”. Foram 170 policiais empregados na segurança interna do estádio no Clássico das Multidões, que terminou 1x1.

Para a PM, foi a torcida do Santa Cruz quem deu início aos problemas. “A polícia identificou um homem com sinalizador aceso e acionou de oito a dez policiais para fazer a intervenção. Imobilizaram e prenderem o torcedor. O artefato não foi localizado”, explicou o tenente-coronel Edvaldo Cézar, comandante do Batalhão de Choque.

Questionado sobre a atuação policial, ele eximiu os seus comandados da culpa pela avalanche humana causada após a detenção do tricolor. Aliás, segundo o comandante, a confusão após a detenção foi gerada pelos próprios tricolores. O fato é que muitos deles precisaram ser atendidos no gramado da Ilha do Retiro, atrás de uma das barras e com o segundo tempo da partida acontecendo normalmente - não obstante a presença das oito ambulâncias passando à frente dos bancos de reservas e da torcida.

Foto Diego Nigro/JC Imagem
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Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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A atuação da Polícia Militar foi elogiada por Evandro Carvalho, presidente da Federação Pernambucana de Futebol. O mandatário afirmou que a partida não tinha motivos para ser paralisada, já que apenas dois torcedores ficaram feridos mais gravemente e, mesmo assim, não corriam risco de morte. Ele não enxerga motivos para punir Sport ou Santa Cruz.

“Não houve irregularidade por parte dos times. A Polícia Militar realizou o procedimento adequado e apenas duas pessoas tiveram lesões mais graves e foram encaminhadas para o hospital. A Federação acredita que não houve motivo plausível para parar a partida”, justificou.

No entanto, segundo o Estatuto do Torcedor, tanto a FPF quanto os clubes podem ser considerados culpados pela confusão. O artigo 19 da lei diz que “as entidades responsáveis pela organização da competição, bem como seus dirigentes, respondem pelos prejuízos causados ao torcedor que decorram de falhas de segurança nos estádios”.

CLUBES

Para o presidente do Santa Cruz, Constantino Júnior, a Ilha do Retiro não oferece condições de jogo. Para ele, o clássico ante o Sport na próxima semana, pelas quartas de final do Estadual, não pode ser realizado na casa leonina.

Esse ponto não foi visto com bons olhos por Arnaldo Barros, presidente do Sport. O dirigente negou que haja qualquer pensamento em levar o duelo para a Arena de Pernambuco, por exemplo. “Não há nenhum motivo para se transferir o jogo. A Ilha foi, é, e sempre será segura. O incidente da quarta-feira partiu de um irresponsável. A Ilha é segura, a direção do Sport tomou todas as providências necessárias para conferir segurança a todos”, afirmou.

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