Investigação

River Plate envolvido em casos de abusos de menores na Argentina

As vítimas eram convencidas a manter relações sexuais com adultos em troca de dinheiro, promessas de crescimento profissional e até peças de roupa e chuteiras

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Publicado em 02/04/2018 às 21:02
Foto: Alejandro Santa Cruz / Telam / AFP
As vítimas eram convencidas a manter relações sexuais com adultos em troca de dinheiro, promessas de crescimento profissional e até peças de roupa e chuteiras - FOTO: Foto: Alejandro Santa Cruz / Telam / AFP
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O River Plate está envolvido em denúncias de abuso sexual de jovens no futebol argentino, um escândalo que já tinha sido vinculado a clubes como Independiente e Temperley, informaram nesta segunda-feira (2) fontes judiciais.

"Uma médica teve conhecimento de que houve abusos de menores que viviam na pensão do clube River Plate", declarou Andrés Bonicalzi, advogado da ONG Associação de Vítimas de Violação (Avivi), em coletiva de imprensa.

A denúncia foi apresentada pela Avivi à polícia de Buenos Aires por suposto abuso sexual de jogadores juvenis, informaram fontes judiciais citadas pelas imprensa argentina. Os fatos "teriam ocorrido entre 2004 e 2011", declarou Bonicalzi. "A médica foi demitida (do River) sem justificativa", informou o advogado.

Ainda nesta segunda-feira, o River Plate se manifestou sobre as acusações: "À raiz da denúncia apresentada no dia de hoje (segunda-feira) pela ONG Avivi, o River Plate comunica que oferecerá total colaboração para a reconstrução dos fatos ocorridos entre os anos de 2004 e 2011, tal como surge na denúncia".

Investigação centralizada em outros clubes argentinos

A investigação estava centralizada até então ao Independiente, tradicional clube argentino que havia apresentado a denúncia judicial ao tomar conhecimento do testemunho de um jovem de 19 anos a um psicólogo da pensão de jogadores do clube.

"A estrutura desta rede de prostituição de menores não funcionava só no Independiente. Há outros clubes", afirmou na semana passada a promotora responsável pela investigação, María Soledad Garibaldi.

O segundo clube investigado foi o Temperley. No River, terceira entidade denunciada, um dos três casos de abusos "se refere a uma menina das equipes de vôlei e outros dois no futebol", continuou Bonicalzi.

A médica, cujo o nome foi resguardado, tomou conhecimento dos casos devido aos testemunhos que recebeu "de um psicólogo do clube que conversou com os menores", explicou o advogado da Avivi. O psicólogo também foi afastado do clube, segundo a ONG. Seis pessoas já foram presas, entre elas o árbitro Martín Bustos, que trabalha também como organizador de torneios juvenis.

As vítimas eram convencidas a manter relações sexuais com adultos em troca de dinheiro, promessas de crescimento profissional e até peças de roupa e chuteiras, segundo os investigadores.

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