Acusado de ter estuprado a americana Kathryn Mayorga em 2009, em um hotel em Las Vegas, EUA, Cristiano Ronaldo teria admitido, em juízo, em agosto daquele ano, que a ex-modelo teria dito "não" e "pare" "inúmeras vezes" durante o ato. Três meses depois, no entanto, o jogador voltou atrás e alterou suas respostas dadas à Justiça, segundo informações do jornal alemão Der Spiegel, que afirma ter tido acesso a documentos oficiais do processo.
Nos papéis disponibilizados online, que datam de setembro de 2009, o português responde a um questionário para dar sua versão dos fatos que ocorreram naquela noite. Na primeira versão das respostas, ele diz que o sexo entre os dois "foi bruto" e que "ela não queria transar com ele". Em outro trecho, ele teria dito ainda que pediu desculpas após terminar.
Ainda de acordo com a publicação, Ronaldo disse que "ela disse que não era apropriado transar naquele momento, já que eles tinham acabado de se conhecer". O atleta em seguida continua a descrever em detalhes o que teria acontecido entre os dois, incluindo a posição e quanto tempo a relação teria durado.
"Ela disse que não queria, mas se disponibilizou. O tempo todo [o sexo] foi bruto. [...] Talvez ela tenha tido alguns machucados quando agarrei ela", diz um dos trechos divulgados. "Ela não queria transar comigo. Ao invés disso ela me masturbou", menciona outro. É descrito ainda que a americana teria dito "seu idiota, você me forçou. Eu não sou como as outras", e depois disso é que Cristiano Ronaldo teria se desculpado.
Perguntado se ela Kathryn Mayorga teria levantado a voz ou gritado durante o ato, o jogador responde que "ela disse 'não' e 'pare' diversas vezes". Esse trecho foi um dos alterados na nova versão do documento, preenchida em dezembro de 2009, na qual Cristiano Ronaldo dá uma versão diferente dos fatos e simplesmente responde que ela não gritado ou dito nada do tipo durante a relação sexual.
Como foi respondido o questionário
Algumas das respostas aparecem em primeira pessoa, enquanto outras foram escritas em terceira, fato que pode ser explicado em emails obtidos pelo jornal. Entre eles, há uma troca de mensagens entre o advogado Jay Lavely, enviado para seus outros advogados Smith e Osário de Castro no dia 4 de agosto de 2009, informando que havia preparado um PDF de 41 páginas com o título "Perguntas para o cliente" para ser preenchido pelo atleta português.
Na mensagem, teria deixado claro que "é muito importante que nem o cliente [Cristiano Ronaldo], nem seu primo, nem seu cunhado devem escrever nenhuma anotação, email ou nada [...] as perguntas que enviamos devem ser respondidas verbalmente, seja por telefone ou pessoalmente. Os advogados que devem escrever as respostas das perguntas."
A defesa diz que documentos não são verdadeiros
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O novo advogado do jogador em Las Vegas negou a veracidade dos documentos e afirmou que eles seriam evidência roubada por hackers. Além disso, garante que "porções significantes" dos papeis teriam sido "alteradas e/ou completamente inventadas". Segundo o jornal Sipiegel, no entanto, não foram oferecidas evidências para comprovar as afirmações.