Nem toda paixão pelo clube começa cedo ou por influência de familiares. O presidente do executivo do Náutico, Ivan Brondi, por exemplo, se tornou alvirrubro. Natural do Estado de São Paulo, ele veio para o Recife em 1963, para defender o clube da Rosa e Silva.
O primeiro contrato era de dez meses, quando disputaria o Campeonato Pernambucano e outros compromissos do time, sob o comando do seu já conhecido Alfredo Gonzales, então técnico do Timbu. Na ocasião, o clube montava o time que seria hexacampeão estadual. O vínculo com o Palmeiras, seu clube de base, o fez voltar à capital paulista no ano seguinte. O retorno definitivo ao Recife se deu após uma troca. “De lá para cá, fui campeão em 1964, 1965, 1966, 1967, 1968, campeão do Norte-Nordeste, Taça Norte, vice-campeão Brasileiro, tivemos a satisfação de ser o primeiro clube de Pernambuco a disputar uma Libertadores.”
Com esse currículo, Ivan Brondi guarda bastantes memórias dentro dos gramados alvirrubros, classificadas por ele como uma coletânea dentro dos Aflitos. “Vitórias, espetaculares, de estar perdendo de 3x1 para o Sport aqui dentro e virarmos para 5x3. De perder por 2x0 para o Santa Cruz e virar para 3x2, já na campanha do hexa. Fora os triunfos do Náutico fora daqui, como o Santos, Palmeiras, Atlético-MG, Cruzeiro. Tudo isso marcou minha vida aqui”, relembra.
O carinho pelo clube, segundo ele, começou a crescer ao se afeiçoar tanto ao Timbu, como às pessoas que compõe o clube e à cidade. “Eu me sinto um alvirrubro nato, como se fosse nascido e criado dentro do seio alvirrubro, mas na realidade vim de fora e achei o Náutico um clube excepcional, sempre me tratando bem, com torcida carinhosa”, relata o presidente.
Em casa, Brondi é democrático. Nunca obrigou os filhos a torcerem pelo Náutico. Os netos, espontaneamente, vestem vermelho e branco. “Os pequenos ainda não vão muito, mas o maior vai comigo para o jogo quando vem de João Pessoa”, afirma.
Na presidência do clube substituindo Marcos Freitas, o mandatário passou antes por outros escalões, como comissões e diretorias da base. “Estou aqui como um soldado, prestando serviços à medida que eu posso, com minha capacidade de gerir as coisas, fazer uma boa administração também ancorado em pessoas da melhor qualidade”, ressaltou.