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Melhora financeira do Náutico passa pela negociação de atletas da base

Nos últimos 15 anos, o Náutico negociou dez jogadores, mas apenas cinco foram formados no clube

Filipe Farias
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Filipe Farias
Publicado em 21/05/2017 às 8:17
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Nos últimos 15 anos, o Náutico negociou dez jogadores, mas apenas cinco foram formados no clube - FOTO: Foto: JC Imagem
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O Náutico atravessa uma das piores crises financeiras de sua história. Os 13 anos sem títulos e o longo período longe da elite do futebol brasileiro contribuem para que as receitas do Timbu despenquem a cada ano que se passa. Diante de um futuro pouco animador, a solução para os problemas de capital pode está mais perto do que se imagina, dentro do próprio clube. A fórmula para isso seria apostar, investir e negociar atletas das categorias de base.

Atualmente, o elenco alvirrubro conta com 18 jogadores formados no CT Wilson Campos. Muitos deles, inclusive, titulares, caso dos laterais David e Manoel, do volante Cal Rodrigues e do atacante Erick - esse último é considerado a principal joia dessa geração de garotos revelados pelo Náutico. Para se tornar, de fato, um clube formador, o Timbu precisa colocar seus atletas cada vez mais na vitrine e negociar as suas crias com mais frequência.

Nos últimos 15 anos, o clube da Avenida Rosa e Silva negociou 10 jogadores. Porém, apenas cinco deles foram revelados dentro das canteiras alvirrubras: o meia Aílton (São Paulo), os atacantes Jorge Henrique (Atlético-PR) e Anderson Lessa (Cruzeiro), o lateral-esquerdo Douglas Santos (Granada-ESP) e o meia Marcos Vinícius (Cruzeiro) - os cinco renderam ao clube aproximadamente R$ 11 milhões. Os outros cinco atletas negociados pelo Timbu vieram de outras equipes. (Ver valores na arte abaixo).

 Recém-nomeado vice-presidente de futebol, Emerson Barbosa apoia essa política de transformar o Náutico em clube formador. “Sou defensor fervoroso dessa linha de raciocínio. O Náutico tem o mais difícil, que é um CT estruturado, com um quadro de profissionais dedicados ao clube, mas ainda não estamos aproveitando com carga máxima. A formação de atletas dentro do Náutico é para mim uma das grandes ou talvez a única saída para estabilizar a situação financeira do clube”, contou o dirigente.

Para Barbosa é preciso acabar com a mentalidade de trazer um caminhão de jogadores de fora para diminuir o passivo do clube que só aumenta a cada ano. “Se não investirmos na base vamos sempre viver nessa roda viva. Consegue um acesso e no outro ano cai. Os jogadores que não deram certo, rompem contrato e, com isso, a dívida vai se acumulando. Temos de mudar isso. Vamos montar um elenco modesto, com jogadores da região e priorizar a base. A realidade é essa”, declarou.

ERICK

O ex-técnico do Náutico, Milton Cruz, que foi por muitos anos membro da comissão-técnica do São Paulo e também com a função de mapear jogadores para o clube, declarou que é preciso olhar com carinho para Erick. “Ele tem muito potencial e pode render dinheiro para o Náutico. Não só ele, mas Joazi, Cal, Manoel... Tem muitos garotos bons no elenco”, disse o treinador, que foi o responsável direto por levar Aílton (2002) e Rogério (2015) para o Tricolor Paulista.

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