ENTREVISTA

Ex-diretores temem pelo fechamento do Náutico

Marcílio Sales e Eduardo Henriques falaram sobre o motivo de suas saídas e do futuro tenebroso do Timbu

Filipe Farias
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Filipe Farias
Publicado em 23/05/2017 às 18:03
Foto: Filipe Farias/ Editoria de Esportes
Marcílio Sales e Eduardo Henriques falaram sobre o motivo de suas saídas e do futuro tenebroso do Timbu - FOTO: Foto: Filipe Farias/ Editoria de Esportes
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 Os ex-diretores de futebol do Náutico, Marcílio Sales e Eduardo Henriques, convocaram uma coletiva para explicar o motivo pelo qual deixaram o clube e também para esclarecer alguns pontos que vêm sendo bastante repercutidos entre os alvirrubros, como: futuro preocupante, divergências com o Conselho Deliberativo, eleição antecipada, receita x gastos, atrasos salariais, ações trabalhistas e solução para organizar o Timbu.

SAÍDA

MS - Saímos não por opção nossa. Colocamos a nossa forma de trabalho e, não vindo o resultado de imediato, foi feita essa opção por parte do presidente. Entendemos pois faz parte da dinâmica do clube e preferimos ficar à parte, sem acusar ninguém ou tumultuar ainda mais o ambiente do Náutico.

FECHAR AS PORTAS

MS - Temos de buscar uma unidade no clube, nem que seja momentânea. Criar um movimento para socorrer o Náutico. Estamos no buraco e em uma situação bem difícil. A única saída que vejo seria a união de todos. Precisamos entender o que está acontecendo. Não tem essa de que clube grande não fecha. Fecha, sim. Quantos clubes grandes já não fecharam as portas? Começa assim, com divergências. Os buracos vão aumentando cada vez mais e chega a um ponto que não tem como sair mais. Essa é a minha maior preocupação.

CONSELHO X EXECUTIVO

EH - É bem difícil você chegar com diversos problemas e tentar resolver com o Náutico desunido. É complicado. Tem de acabar com essa história de conspirações, porque o futuro do Náutico é tenebroso. Temos de juntar os cacos e nos unirmos em prol do clube. A história já mostrou que quando isso aconteceu o Nàutico teve várias conquistas.

ELEIÇÃO ANTECIPADA

EH - Acho que um candidato único tem tudo para levar o Náutico para o melhor caminho. Li que o presidente (Ivan Brondi) não teria problema de antecipar caso seja apenas uma única chapa. O Náutico não tem mais condições de bate-chapa. Temos bons lados dentro do clube com pensamentos diferentes, mas se trabalhar para se juntar vamos chegar mais forte.

CANDIDATO

EH - Quem tiver boa intenção e tiver um projeto legal não vejo problema em apoiar. Nas todos precisam se juntar e colocar as ideias na mesa. Vou defender sempre o fim das divergências políticas, pois o Náutico não aguenta mais. Todos têm conceitos e filosofias de trabalho e administração, mas é preciso entendimento de todas as partes. É preciso acabar com as rusgas para começarmos a trabalhar com o mesmo objetivo.

 

IVAN BRONDI

MS - Ele é uma pessoa que gosta do clube, campeão, com uma dignidade muito grande, mas que não é administrador. Ele mesmo reconhece isso. A presidência caiu no colo dele. Mas não se pode negar a boa vontade que ele tem, a dignidade e a honestidade dele. Ivan sempre procurou juntar os alvirrubros e nós tentamos também. Se você tem um presidente digno e que ninguém tem nada contra ele, porque ninguém chegou para ajudar ele a concluir o mandato. Ivan não pediu para estar ali, mas também não correu do compromisso e está sendo homem.

LÍDERES SUMIDOS

MS - Muitas pessoas importantes do clube e lideranças estão afastadas. O Náutico criou uma política no passado que se repete hoje e é muito grave. Quem se aproxima para ajudar é taxado que não presta. Escutei de vários líderes que não queria mais passar por isso. E resolveram se afastar. Quem perde é o clube, que se enfraquece cada vez mais.

AÇÕES TRABALHISTAS

MS - o Náutico tem um problema estrutural enorme ocasionado pelos débitos trabalhistas. Além dos acordos, ainda temos de pagar o Profut. Isso compromete a infraestrutura do clube. O que está sendo caro no clube é ter de desembolsar todo mês uma quantia significativa para pagar acordos do passado, recorrer de processos de outras gestões, pagar o Profut. Isso compromete todo o planejamento feito e, infelizmente, ocasionou os atrasos salariais.

ENXUGAMENTO

Uma empresa não pode ter um número de funcionários maior do arrecadado, porque não tem como pagar. É o que acontece hoje no Náutico. Esse desequilíbrio já existe há muito tempo. Tem gente demais no clube para o que é possível arrecadar. Não falo isso de forma pessoal com ninguém, mas é preciso enxugar o quadro administrativo do clube. O inchaço não é só no futebol, mas o número e funcionários é elevado.

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