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''Administrativamente estava um caos'', diz diretor da base do Náutico

Náutico foi eliminado da Copa do Brasil sub-17 após perder por W.O para o Atlético-MG

Davi Saboya
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Davi Saboya
Publicado em 28/09/2017 às 19:38
Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Náutico foi eliminado da Copa do Brasil sub-17 após perder por W.O para o Atlético-MG - FOTO: Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Um dias após o vexame ao ser eliminado por W.O da Copa do Brasil sub-17, por falta de jogadores, o assunto ainda rendia no Náutico. Além da demissão do coordenador da base, Mauro Branco, foram encontradas várias irregularidades administrativas. Como também a falta de recursos. Em entrevista ao JC, o diretor da base, Paulo Henrique Guerra, o grande impasse na regularização dos demais atletas para disputar a competição foi a falta de documentos necessários para os nomes dos jovens serem publicados no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), pois a quantia necessária foi obtida. A nova gestão assumiu a menos de um mês e não houve transição. 

"O principal problema dos jogadores não terem sido regularizados foi a falta de documentos. Vários jogadores estão com a documentação incompleta. Quando assumimos, o problema que nos foi passado foi o financeiro. E levantamos o recurso necessário. Mas não era só isso. Chegamos para resolver. Depois de quatro a cinco dias, chegou o problema do sub-17. Fizemos uma força tarefa e nos debruçamos na situação para resolver. Só que existe a pendência na documentação", afirmou o dirigente.

"Existem jogadores que vinculados a Federação Paulista de Futebol, jogadores com oito meses no Náutico sem documentação nenhuma, com documentação ligada ao Porto... Encontramos vários problemas quando assumimos a base. Administrativamente estava um caos", completou.

Guerra ainda evitou procurar culpados e reafirmou que o problema não foi por questão financeira. "Não vou culpar diretor que passou, nem a, b, c ou d... O problema é que todos os jogadores estavam sem nenhum vínculo com o clube, vulneráveis. Porque não tinham documento. Não é só porque falta pagar. É porque faltou documento", disse o diretor.

De acordo Paulo Henrique Guerra, a decisão da demissão de Mauro Branco foi tomada em conjunto com a cúpula que comando o Náutico. Ele ressaltou que foi avaliado que era uma responsabilidade do ex-coordenador. "Houve uma reunião hoje e avaliamos que era a função do coordenador cobrar essa documentação do supervisor. Ainda que não tivesse sido paga, se a documentação estivesse organizada, quando entramos conseguimos levantar o dinheiro e isso teria sido resolvido", finalizou. 

RESPOSTA

Procurado pela reportagem do JC, Mauro Branco rebateu e disse que encontrou as irregularidades desde o começo do ano. Além disso, o ex-coordenador da base do Náutico ressaltou que faltavam recursos e já tinha pedido a regularização dos atletas do sub-17 desde o mês de abril. 

"O que houve é simples. Para fazer futebol, precisa de dinheiro, recurso. Quando assumi fiz um levantamento e nos deparamos com essa situação. Os jogadores do sub-15 e sub-17 nenhum deles tinham o nome no BID da CBF. Só na FPF (Federação Pernambucana de Futebol), que regularizava para competições estaduais. Desde abril solicito a regularização dos atletas. Só agora, em cima da hora, que o clube deixou para regularizar", afirmou Branco. 

"Na terça passada, levei os boletos e só na última segunda foi pago. Praticamento impossível regularizar os jogadores a tempo. Solicitação houve e tenho como provar", completou o ex-coordenador da base, que até o início deste ano estava na supervisão do futebol profissional desde 2012. 

Mauro Branco não entrou em detalhes, mas revelou que as categorias de base do Náutico sofrem com a falta de recursos financeiros. Questionado sobre como recebeu a notícia do afastamento, ele mostrou otimista com o futuro.

"O principal problema da base é o lado financeiro. Se o profissional tem um atraso, a base mais ainda. Vendo pelo lado positivo, sei que é difícil, mas foi como se alguém cortasse as minhas correntes e agora eu pudesse correr atrás de outra coisa melhor, que me desse melhores condições. Até porque no momento para baixo não tem como cair mais", acrescentou o ex-coordenador.

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