O rebaixamento do Náutico à Terceira Divisão do futebol brasileiro nada mais é do que a consequência de uma temporada desastrosa. Em todos os sentidos: dentro e fora de campo. Diante da desorganização, da troca excessiva de treinadores e jogadores, dos atrasos salariais e, nos bastidores, as constantes brigas políticas - que acarretaram na primeira eleição antecipada da história do clube -, só podiam levar a um desfecho de ano fatídico.
Como se não bastasse a renovação do elenco da temporada 2016 para a 2017, a diretoria alvirrubra foi além. Antes do início da Série B, mais uma vez, agora sob o comando de novos dirigentes (Emerson Barbosa, Alexandre Homem de Melo e Zeca Cavalcante), chegou um caminhão de jogadores para a disputa da competição. Ao todo, foram contratados 24 atletas. Com tantas caras novas, o Náutico demorou a ter uma identidade dentro do campeonato. Para se ter uma noção, a primeira vez que uma escalação foi repetida de um jogo para outro foi da 33ª para a 34ª rodada.
Ao longo da Segundona, não foi só a equipe timbu que teve pouca estabilidade. O cargo de treinador também. Foram três os nomes que comandaram o Náutico: Waldemar Lemos, Beto Campos e Roberto Fernandes, além de o auxiliar-técnico Levi Gomes ter comandado time em duas ocasiões.
Se em outras temporadas o Náutico fazia valer o mando de campo, isso não aconteceu em 2017. Durante todo o primeiro turno, os alvirrubros só venceram uma partida na Arena, justo na última rodada da primeira fase da competição, diante do Luverdense. Para piorar, quando mais o time precisa dos artilheiros do time, eles acabaram se machucando e anteciparam o término de suas temporadas. Foi o caso de Gilmar e Rafael Oliveira (ambos com lesões de ligamento no joelho) e Vinícius, com lombalgia crônica.
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BASTIDORES
Os bastidores do Náutico também ferveram. Depois da eleição antecipada, em que Edno Melo foi aclamado o presidente do biênio 2018/ 2019, o presidente Ivan Brondi achou por bem renunciar ao cargo no dia 29 de agosto - ele já estava substituindo Marcos Freitas. Porém, as trocas não pararam por aí.
O substituto de Brondi, Gustavo Ventura, então presidente do Conselho Deliberativo, também abriu mão do cargo para cumprir compromissos particulares. Coube a Ivan Rocha (seu vice no CD) presidir o Náutico até o término do ano.