Paixão incondicional. Amor sem restrições, oferecido de graça, sem esperar nada em troca. É dessa forma que a nova geração de alvirrubros sente o carinho pelo Náutico. Os jovens torcedores ainda não tiveram a oportunidade de celebrar um título sequer. Mesmo assim torcem, gritam e se enchem de esperança sobre a possibilidade de comemorar a conquista de uma taça. Hoje, o Náutico está muito próximo de quebrar o jejum de 14 anos sem títulos. Diante do Central, a partir das 16h, na Arena de Pernambuco, o time alvirrubro será carregado por milhares de torcedores. Entre eles está principalmente a nova geração alvirrubra, ansiosa para festejar o “primeiro título”.
O trio formado por Gabriel Paiva, Luan Vinícius e Luigi Henrico representa bem o grupo dos jovens órfãos de títulos. Alunos da escolinha de futsal dos Aflitos, na Zona Norte do Recife, eles frequentam a sede do clube e são apaixonados pelo Náutico como se fosse um sentimento herdado de pai para filho. Estão ansiosos para contar que assistiram de perto uma conquista do time do coração.
#JCEsportes Na véspera da final, a torcida do Náutico festejou o aniversário de 117 anos do clube, na sede, com a alta expectativa de receber o título estadual como presente. pic.twitter.com/DSKn3tnPtR
— Jornal do Commercio (@jc_pe) 7 de abril de 2018
Com 14 anos, Luigi Henrico vai cumprir o ritual de todos os jogos: vestirá a camisa da sorte e seguirá para a Arena de Pernambuco junto com os tios. Ele conta, emocionado, a história do amuleto. “Ela era do meu tio, que infelizmente faleceu. Ele me deu quando eu tinha 8 anos, e desde então eu sempre assisto aos jogos com ela. Virou meu item da sorte”, revelou o alvirrubro, que tem dois desejos para o time. “Quero comemorar um título e ver o Náutico nos Aflitos, o que já está encaminhado”, pontuou Henrico, que acredita em vitória do Timbu por 2x0 sobre o Central, com dois gols de Wallace Pernambucano.
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Ontem, o Náutico comemorou o aniversário de 117 anos. Muitos alvirrubros estiveram na sede social do clube para festejar a idade nova e compartilhar a ansiedade para a grande final de hoje à tarde. O presente esperado por todos é o título estadual, que não pertence ao Timbu há 13 anos.
“O coração está a mil. Expectativa de casa cheio e vitória. Um dia depois do aniversário, esse será o maior e melhor presente”, afirmou o torcedor Thiago Souza. “É um longo tempo de espera, não tem como a ansiedade não ser grande”, completou o alvirrubro.
O ponto de maior movimentação nos Aflitos era a loja. Os alvirrubros garantiram de última hora o manto vermelho e branco. “O torcedor está comparecendo e vestindo a camisa. O movimento tem sido muito bom”, disse o gerente da loja, André Tude.
CENTRAL
Do lado do Central, a maior parte da torcida é vanguardista e esbanja tradicionalismo. Eronildes Oliveira, por exemplo, frequenta o Lacerdão desde sua infância. Fala com orgulho que já nasceu torcedor da Patativa e transferiu o sentimento para os filhos.
“Eu nem era nascido e já era centralino na barriga da minha mãe. E essa paixão passou para os meus filhos, que hoje também são torcedores do Central com muita satisfação”, garantiu o aposentado, que não esconde a animação com a possibilidade de ver o seu time conquistar o Pernambucano pela primeira vez na história.
Eder Oliveira é um dos filhos de seu Eronildes e aprendeu a amar o time de coração desde a infância. “Vou ao estádio desde os meus 5 anos de idade. Primeiro ia acompanhado do meu pai, depois passei a ir sozinho também. Hoje, o Central se tornou meu hobby. É o momento que eu tiro para me divertir e todos respeitam esse sentimento”, argumentou o comerciante.