Náutico e Santa Cruz terminaram a Série C do Campeonato Brasileiro com o mesmo fracasso de não conseguir o acesso, mas, no fim das contas, a situação dos alvirrubros é melhor que o momento vivido pelos corais. Muito porque, mesmo não tendo conseguido a vaga na Série B, o Timbu teve um ano mais equilibrado, com mais cotas e acertos no planejamento. Isso permite um fim de temporada menos pesado que o dos corais, que irão enfrentar problemas daqui para frente, principalmente financeiros.
Já prevendo que teria um fim de ano complicado pela Série C, que acaba em setembro mesmo para quem obteve o acesso, o Náutico apostou na estratégia de manter o elenco na medida em que foi arrecadando cotas e bilheterias de outras competições, como o Pernambucano e a Copa do Brasil. Só de público na Arena de Pernambuco, a renda bruta na temporada foi superior a R$ 3,2 milhões. No mata-mata nacional, veio o maior fôlego financeiro de 2018, cerca de R$ 4 milhões foram arrecadados. Boa parte do dinheiro foi bloqueada pela Justiça por causa de direitos trabalhistas, mas recursos foram sendo liberados para o pagamento dos salários com o passar do tempo.
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O presidente do clube alvirrubro, Edno Melo, declarou que a folha salarial, feita dentro da realidade financeira do clube, fez com que a comissão técnica estivesse, até hoje, paga em dia. Além disso, o dirigente também ressaltou que nesse tempo, iria começar a botar a criatividade em jogo. “Vamos falar com a federação (FPF) para organizar um torneio e arrecadar renda. Contar também com a mensalidade dos sócios para poder pagar o resto do ano”, disse o presidente.
Do lado coral, a decepção do primeiro ano sob o comando do presidente Constantino Júnior servirá de lição para os próximos dois. Isso porque o Santa Cruz acumulou uma série de fracassos: não passou das quartas de final do Pernambucano, foi eliminado na primeira fase da Copa do Brasil, e caiu nas quartas de final da Copa do Nordeste. Tudo isso antes da grande decepção no maior objetivo da temporada que era o retorno à Série B.
Uma situação que também não contribuiu foi a baixa média de público de 8.920 torcedores nos jogos no Arruda. Juntando com os poucos recursos oriundos de outras receitas, a direção coral precisou trabalhar durante oito meses em uma verdadeira contenção de gastos e engenharia financeira.
Mas mesmo depois de um ano totalmente negativo, Constantino Júnior acredita que bons ventos voltarão a bater no Arruda. “Em nível de atletas e planejamento, vamos precisar usar o tempo a favor. Todos os cenários foram montados e o clube tem um caminho a seguir. Para quem planeja o equilíbrio financeiro, isso precisa se pensar e no meu ponto de vista certamente vamos começar 2019 mais forte do que 2018”, pontuou o mandatário.
Outro ponto a favor do clube vermelho e branco é o fato de que uma base do time titular tem contrato renovado para a próxima temporada. Situação diferente da Cobra Coral, que não tem nenhum dos principais atletas garantidos. Apesar das diferenças, ambas as diretorias terão o mesmo tempo para preparar o próximo planejamento.