Ídolo do Náutico no início deste século, Thiago Tubarão será um dos convidados para o jogo festivo em homenagem a Kuki - os dois fizeram uma grande dupla com a camisa vermelha e branca. A partida será a preliminar da reabertura dos Aflitos, no dia 16 de dezembro e antes do duelo contra o Newell’s Old Boys (ARG). Bicampeão Estadual pelo Timbu em 2001 e 2002, o atacante explicou a relação com o caldeirão, ressaltou o carinho da torcida e falou sobre o desejo de levar o filho para conhecer mais do clube em que teve os melhores momentos da vida. Por fim, falou também da vida após a carreira, como empresário dentro e fora do futebol.
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CONVITE
Fiquei muito feliz por ter sido chamado. Já tínhamos o grupo do Náutico da nossa época (no WhatsApp), do bicampeonato (2001 e 2002). Lá comentávamos sobre como iria ser a reinauguração dos Aflitos, como seria a festa. Aí consegui receber o convite através do pessoal do marketing do Náutico pela proximidade que tenho com vários jogadores da época. Felicidade imensa poder reencontrar o Náutico e fazer parte dessa história.
AFLITOS
Nos meus 17 anos de carreira, minhas melhores lembranças foram exatamente lá. Primeiro, ganhar o título depois de tantos anos (em 2001, eram 11 temporadas sem o Náutico ser campeão). Depois do Brasileiro pelo Palmeiras, tinha muita vontade de voltar para onde tinha sido campeão. Para mim foi uma felicidade ainda poder voltar e levar o bicampeonato depois (2002). Principalmente por ter passado grandes momentos com a torcida.
TORCIDA
Tenho um carinho muito especial por ela. Num dos meus aniversários, o estádio inteiro cantou parabéns para mim. Em 2003, vim jogar contra, pelo Palmeiras, e acabei tendo a oportunidade de fazer um gol. Mesmo assim, quando acabou o jogo, ficaram me aplaudindo. São momentos na carreira do atleta que não têm preço. O carinho da torcida é maravilhoso e a recíproca foi sempre a mesma. Tem fã clube até hoje da galera que me acompanhava. Sou muito grato ao Náutico por ter passado os melhores momentos da minha carreira aí.
MELHOR PARCEIRO
Até me arrepio quando lembro. Joguei com grandes atacantes, mas Kuki foi sem dúvida a melhor dupla que tive. Parece que nascemos para jogar juntos. Lembro de algumas duplas que era fã: França e Dodô (pelo São Paulo) e Paulo Nunes e Oséas (Palmeiras), geração que peguei quando era mais novo e que tive até oportunidade de jogar contra. E eu consegui ter um resultado muito bom ao lado do Kuki em todos os campeonatos que conseguimos disputar.
ESTÁDIO
Na verdade, o mais especial para mim não vai ser com relação nem ao estádio, mas com a torcida. Pela relação que tive com a camisa do Náutico, que tem um peso gigantesco na minha vida. E o principal de tudo é meu filho. Já tá com 14 anos e jogando Campeonato Paulista no sub-15. Era muito novo quando joguei aí. Ele poder voltar e sentir essa emoção será inesquecível. E eu poder viver isso com meu filho vai ser maravilhoso.
PÓS-CARREIRA
Eu ainda mexo com futebol, mas não tenho trabalhado muito mais como empresário (no ano passado, Tubarão agenciava a carreira do zagueiro Jaime, que jogou pelo Santa Cruz) porque esse mundo é muito difícil. Sou um cara muito parceiro, que me envolvo em todas as situações. E nesse mundo, às vezes você abre portas e faz coisas para atletas e não tem retorno igual. Estou mais focado na parte de gestão de clubes, me preparando. Mas no futebol a gente nunca para né? Sempre sabemos o que está acontecendo porque tem pedido de treinador, conselhos, buscar atletas... Mas, além do futebol, também tenho hoje uma pousada em Florianópolis, moro em São Paulo e tenho alguns comércios em Maceió. Faço uma coisa ali e outra aqui, mas futebol não consigo deixar (risos). Parece que é uma coisa que está grudada com a gente para o resto de nossas vidas.