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Aerosmith no Classic Hall, talvez seu último show no Norrdeste

O vocalista Steve Tyler anunciou esa turnê como a do adeus

JC Online
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Publicado em 21/10/2016 às 9:24
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O vocalista Steve Tyler anunciou esa turnê como a do adeus - FOTO: foto: divulgação
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A banda americana Aerosmith, que se apresenta hoje no Classic Hall, no que pode ser seu último show no Brasil, é uma das lendas do rock and roll, tanto por sua música, e álbuns que venderam milhões de cópias, como também pela sua trajetória longa e tortuosa. Se existe um santo protetor dos roqueiros, ele esteve ao lado do grupo ao longo de quase cinco décadas de estrada. Em 1984, por exemplo, as chances de a banda chegar inteira ao ano seguinte eram mínimas. Steve Tyler consumia produtos químicos ilegais numa voracidade e quantidade de espantar Keith Richards, seu relacionamento com os outros integrantes da banda aproximava­-se do zero.

REVIRAVOLTA

O Aerosmith arrastava-­se pela estrada, não se sabia até quando. Walk This Way utilizado num rap do Rum DMC, em 1986, deu à banda um empurrãozinho oportuno. Uma reviravolta que aconteceu no final do contrato com a gravadora Geffen. Três álbuns estouram em sequência: Permanent Vacation (1987), Pump (1989) e Get a Grip (1993), todos multiplatinados. Uma coletânea teve o mesmo destino. A banda que esteve à beira do abismo assinou em seguida com a Sony Music um contrato de 30 milhões de dólares por seis discos, um recorde na época.

O Aerosmith nasceu em meio aos estilhaços dos anos 60. Clive Davis, o produtor que revigorou o pop e o rock enquanto modernizava a CBS (atual Sony Music), era dotado de um olho clínico para descobrir artistas e bandas com potencial de vendas. Foi Clive quem contratou o Aerosmith em 1972, depois de ver o grupo no Max Kansas City, em Nova Iorque. Por algum tempo imaginou-­se que, daquela vez, Davis tinha, finalmente, falhado. O álbum de estreia, que tem o nome da banda por título, não emplacou de imediato. Nove meses depois, Dream On começou a tocar bem em Boston, porém levou três anos para virar um hit nacional.

 Dave Kreber, um dos empresários do grupo, revelou que manipulava para banda abrir para grupos ou artistas badalados, mas veteranos. O Aerosmith entrava com todo gás, incendiava a plateia, e ia arrebanhado admiradores. Às vezes, misturavam­-se alhos com bugalhos, como o bagunçado Aerosmith abrindo para a meditativa Mahavishnu Orchestra, de John McLaughlin. Outro artifício do empresário era manter o grupo em permanente exposição, e de agenda lotada.

 Toys in the Attic, de 1975, foi o disco que elevou Steve Tyler & Joe Perry e Cia ao status de superstars. Numa época em que vendas se contavam em milhões de cópias, Toys in the Attic, vendeu naquele ano 1,5 milhão. Dave Krebs e Steve Leber, dupla que gerenciava a careira do Aerosmith, tinha tentado antes com o New York Dolls, cujo vocalista, assim como Steve Tyler, tinha Mick Jagger como ídolo, ambos e assumiam que o copiavam.

 Tyler até hoje, quando canta, destila um sotaque londrino, identificável, por exemplo, em Train Kept A-Rolling, blues lançado por Tiny Bradshaw, em 1951, e que os Yardbirds cantam em Blow­-Up (1966) de Michelangelo Antonioni. Steve Tyler chegou a se passar por Mick Jagger para um bando de fãs dos Stones, que quase viraram o carro em que ele estava. No festival de Woodstock entrou com os amigos pela entrada dos artistas, passando­-se pelo Ten Years After. Keith Richards, vez por outra, solta farpas contra o Aerosmith, que tem até um genérico dos glimmer twins Jagger & Richards em Steve Tyler e Joe Perry.

Os dois se digladiam desde praticamente que se conheceram na adolescência. Ironicamente, o Aerosmith surgiu quando os Rolling Stones chegavam ao apogeu, e foi para uma geração de adolescentes da década de 70, Mick Jagger & Cia foram para a década anterior. Poucos grupos rock venderam tantos discos nos últimos 40 anos (estimados 150 milhões de cópias), e enfrentaram tantos problemas sem mudar de formação: Steven Tyler, Joe Perry, Brad Whitford, Tom Hamilton e Joey Kramer. É incrível que tenha durado tanto, uma banda, que chegou a acabar, por brevíssimo tempo, em 1979, por causa de uma garrafa de leite, que Steve Tyler deixou num refrigerador, e alguém do grupo bebeu.

 Rock n Roll Rumble, com a Aerosmith, às 22h, no Classic Hall. Ingressos: R$ 500 e 250 (pista), R$ 1200 R$ 600 (frontstage) e R$ 6000 a R$ 8000 (camarote para 10 pessoas). Vendas: bilheteria do Classic Hall, Lojas Renne, vendas.ne10ingressos.com.br. Telefone: 3207­7500

 

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