Depois do veredicto de até 175 anos de prisão para Larry Nassar, ex-médico da Federação de Ginástica dos Estados Unidos, condenado por abuso sexual de dez atletas norte-americanas e da Universidade de Michigan, Simone Biles, campeã olímpica e uma das vítimas dele, agradeceu à juíza Rosemarie Aquilina.
"Obrigada, você é minha heroína", escreveu Biles em letras maiúsculas no Twitter. "E um salve a todas as sobreviventes por serem tão fortes e falarem como rainhas enquanto olhavam para aquele monstro", escreveu a dona de cinco pódios nos Jogos do Rio.
O julgamento que acrescentou no mínimo 40 anos aos 60 que já haviam sido sentenciados a Nassar por pornografia infantil também motivou Biles a revelar o que sentiu. "Meu coração está completo, mas eu só quero chorar o tempo todo."
Apesar de o julgamento ter sido de apenas dez casos, a juíza Aquilina abriu o microfone para todas as mulheres molestadas antes de proferir a sentença. Ele foi denunciado por mais de 158 mulheres, algumas das quais se revezaram para encará-lo no tribunal e contar suas histórias, entre elas a ginasta campeã olímpica Aly Raisman e a própria Biles.
RENÚNCIA
Nesta quinta-feira, a presidente da universidade de Michigan State (MSU), Lou Anna Simon, anunciou sua saída do comando da instituição onde Nassar trabalhou ao longo de toda sua carreira de 40 anos. Nassar foi demitido pela universidade no início de 2017, logo após a reportagem do jornal Indianapolis Star que revelou as denúncias de abuso sexual do médico.
Durante os depoimentos, muitas vítimas acusaram a direção da MSU de tentar acobertar o caso. Lou Anna negou. "Como tragédias são politizadas, culpar é inevitável. Como presidente, é natural que eu seja o foco dessa raiva. Eu nunca encobri o caso", afirmou.