John nasceu em setembro de 1962, Jim veio ao mundo 15 meses depois. Cresceram e aprenderam a amar o futebol americano por influência do pai, Jack Harbaugh, treinador de times universitários durante vários anos. Dividiram o quarto na infância e na adolescência. Sonharam juntos. Decidiram que o esporte seria meio de vida. Jim foi jogador profissional, John não. Ambos tornaram-se treinadores e cada um seguiu seu caminho. A competência e o pulso firme fizeram com que chegassem à National Futebol League (NFL). Quis o destino que se reencontrassem no momento mais importante de suas carreiras. John comanda o Baltimore Ravens; Jim, o San Francisco 49ers. Os dois estarão frente a frente hoje, às 20h (horário do Recife), em Nova Orleans, no evento esportivo mais importante dos Estados Unidos, o Super Bowl. Unidos pelo sangue, separados pela glória.
A equipe de San Francisco busca seu sexto título para se igualar ao Pittsburgh Steelers como o maior vencedor da NFL. Os Niners jamais perderam um Super Bowl. Do outro lado, os corvos de Baltimore buscam a sua segunda coroa. Na primeira e única vez que chegaram a disputar a final, bateram o New York Giants, em janeiro de 2001, por 34x7.
Jim e John Harbaugh, irmãos comandam 49ers e Ravens no Super Bowl (Foto: AFP)
O time da Califórnia chega à final muito pela coragem de Jim Harbaugh, que fez uma mudança na principal posição do ataque. Durante a temporada, o quarterback titular Alex Smith se machucou e deu lugar ao até então desconhecido Colin Kaepernick. Em poucos jogos, Smith se recuperou, mas jamais retornou. Com a confiança do treinador, Kaepernick revolucionou o jogo dos 49ers. Alternando passes precisos e jogo corrido, o jovem QB comandou vitórias históricas na fase final, contra os Packers e os Falcons, desfazendo qualquer dúvida sobre sua capacidade de levá-los ao título.
Nos playoffs, os californianos folgaram na primeira rodada, por terem sido um dos dois melhores times da NFC. No primeiro encontro, contra o Green Bay Packers, conseguiram uma vitória convincente por 45x31 com um verdadeiro show de Kaepernick. O jovem QB bateu o recorde de jardas corridas em um único jogo de pós-temporada. Foram 181 e dois touchdowns terrestres.
Gore e Kaepernick, peças fundamentais no ataque dos 49ers (Foto: AFP)
Na partida seguinte, em Atlanta, os 49ers venceram os Falcons após uma virada eletrizante no fim do jogo. Após estarem perdendo por 17x0 no início do confronto, conseguiram marcar 28x24, com grande atuação da defesa nos momentos cruciais, forçando o QB de Atlanta, Matt Ryan, a cometer dois turnovers. Chegam à final com um bom equilíbrio entre ataque e defesa.
Pelo lado do Baltimore, os atletas não querem vencer o Super Bowl apenas pela forte ligação com John Harbaugh. O principal jogador da história da franquia, o linebacker Ray Lewis, vai pendurar as chuteiras após 17 temporadas defendendo o time do Estado de Maryland. A defesa comandada por Lewis foi responsável pela chegada do time ao Super Bowl e pode ser decisiva novamente.
Ray Lewis, o dono da defesa do Baltimore Ravens (Foto: AFP)
Na pós-temporada, superou ataques explosivos liderados por Andrew Luck (Colts), Peyton Manning (Broncos) e Tom Brady (Patriots). O ataque também teve contribuição importante para o sucesso. O jogo do QB Joe Flacco apareceu na hora certa, com a ajuda do running back Ray Rice e dos wide receivers Anquan Boldin, Jacoby Jones e Torrey Smith. As cartas estão na mesa. É hora de saber qual dos irmãos Harbaugh vai sorrir ao fim da partida.
ESPETÁCULO - O tradicional show do intervalo, como acontece ano após ano, terá mais uma estrela musical de peso. Quem anima a festa esta noite no Mercedes-Benz Superdome é a musa pop Beyoncé, na companhia do Destiny’s Childs. Grandes nomes da música internacional já marcaram presença na festa, entre eles Michael Jackson, U2, Rolling Stones, Paul McCartney e Madonna.
O Super Bowl também chama atenção pelos recordes midiáticos. Um simples comercial de 30 segundos durante a partida custará à empresa interessada algo em torno de R$ 8 milhões. O preço se justifica pela audiência. O Super Bowl é o evento mais assistido pelos norte-americanos na televisão. Ano passado, 114 milhões de telespectadores prestigiaram o jogo ao vivo. Outro número de assustar é o do preço do ingresso. O mais barato para garantir um lugar no Superdome, custa a bagatela de R$ 4 mil.