O agente do norte-americano Justin Gatlin, Renaldo Nehemiah, disse que o atleta não vai mais falar com a mídia britânica por causa de comentários tendenciosos sobre o seu embate contra o jamaicano Usain Bolt no Mundial de atletismo de Pequim, na China. O velocista foi derrotado por Bolt na final dos 100m por um centésimo de segundo (9s79 x 9s80).
Gatlin tem um passado marcado por doping. Teve um caso positivo em 2002, por anfetaminas, que depois foi "perdoado" por comprovar o uso delas para tratar um transtorno por deficit de atenção.
Em 2006, o doping o tirou de cena mais uma vez. Ele foi condenado a oito anos de afastamento por um outro exame positivo, mas colaborou com autoridades e teve a pena reduzida pela metade.
Segundo Nehemiah, Gatlin acredita que foi injustamente criticado tanto pelo canal BBC como por outros meios de comunicação da Grã-Bretanha, que se concentram de forma demasiada em seus casos de doping.
"Justin (Gatlin), assim como eu, acha que a mídia e os jornalistas britânicos têm sido extremamente cruéis com ele. Não dizem nada positivo sobre ele já há algum tempo. Só falam sobre o doping e ficam difamando-o", disse Nehemiah em entrevista ao jornal "The Guardian".
"Então, para manter a sua dignidade e auto respeito, ele se sente melhor não falar com eles. É muito lamentável, mas ele se machucou por esses ataques. Como ser humano, temos que ser melhores do que isso. A BBC, em particular, deveria informar sem entrelaçar seus comentários e reportagens com vista tendenciosa", afirmou.
Segundo o diário, comentarias do canal comemoram a vitória de Bolt sobre Gatlin, por um centésimo de segundo, no estádio.