A delegação brasileira deixou, no último domingo (1), a cidade de Doha, no Catar, onde foi disputado o Mundial Paralímpico de Atletismo. O Brasil conquistou 35 medalhas na competição (oito de ouro, 14 de prata e 13 de bronze) e ficou com a sétima colocação na classificação geral. Apesar dos desafios que a equipe encontrou ao longo do evento, e a meta de estar entre os cinco melhores do Mundial, a direção técnica do Comitê faz um balanço positivo da participação.
"Nossa expectativa era a de estar entre os cinco melhores do campeonato. Nós tivemos alguns problemas graves com lesões. Então, por causa destes percalços, avaliamos que a competição foi boa para o Brasil. Temos de usar o resultado de Doha como projeção para a Rio-2016", afirmou Edilson Alves da Rocha, o Tubiba, diretor técnico do CPB.
O primeiro obstáculo na pista do Catar Sports Club foram as lesões. Já sem os machucados Mateus Evangelista e Verônica Hipólito, candidatos a medalhas de ouro em Doha, o Brasil ainda teve as ausências Petrúcio Ferreira e Lucas Prado. Petrúcio, recordista mundial dos 200m (T47), sentiu nova lesão na coxa direita em treinamento na semana que antecedeu o Mundial. Já Lucas lesionou seu joelho direito logo na estreia do campeonato, nos 100m, classe T11 (cego total).
Também durante a competição, o Brasil viu a medalha certa de Odair Santos nos 5.000m (T11) escapar das mãos após o fundista sofrer uma hipertermia e desmaiar a 100m da linha de chegada. Odair recuperou-se, venceu os 1.500m dias depois, mas não repetiu a dobradinha que havia conseguido em Lyon, na França, em 2013. O paulista fez parte da campanha vitoriosa no Mundial anterior, quando o Brasil obteve 40 medalhas: 16 de ouro, dez de prata e outras 14 de bronze.
"Vamos ver agora os ajustes que precisamos, analisar as medalhas que perdemos e fazer o trabalho de casa para chegar ao Rio e ficar entre os melhores do atletismo, como em outros Mundiais", completou Tubiba.
Quem também pode dizer que sai satisfeito de Doha é Yohansson Nascimento. Velocista da classe T47 - amputados de membros inferiores -, ele conquistou uma medalha de ouro nos 200m e uma de prata nos 100m. Este foi o terceiro Mundial consecutivo em que o alagoano vai ao menos uma vez no lugar mais alto do pódio. Em Christchurch-2011, ele venceu os 100m, e em Lyon-2013, os 200m.
"Não importa o resultado, vou continuar treinando bastante. Nunca vou a uma competição pensando nos títulos que conquistei. Tenho de manter aquela vontade de ganhar. Não vai ser diferente no Rio de Janeiro. Vou fazer os 100m, 400m e, provavelmente, o revezamento 4x100m. Minha expectativa é fazer boas marcas e trazer medalhas", disse.
O Mundial Paralímpico de Atletismo foi disputado por 1.315 atletas (incluindo atletas-guia) de 88 países. A competição ocorreu entre os dias 22 e 31 de outubro, em Doha, no Catar. A China terminou em primeiro lugar no quadro de medalhas com 41 de ouro, 26 de prata e 18 de bronze, seguida da Rússia com 24 ouros, 21 pratas e 24 bronzes. A próxima edição do evento já tem local: Londres, na Grã-Bretanha, será a sede em 2017.