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Pista do Caiara é opção de treino para atletismo

Parque tem pista com padrões da Iaaf e é uma boa alternativa para treino. O local, porém, ainda apresenta sinais de abandono

Gabriela Máxima
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Gabriela Máxima
Publicado em 05/06/2016 às 16:47
Guga Matos/JC Imagem
Parque tem pista com padrões da Iaaf e é uma boa alternativa para treino. O local, porém, ainda apresenta sinais de abandono - FOTO: Guga Matos/JC Imagem
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A pista de atletismo é novinha em folha, mas ainda apresenta sinais de abandono. Em alguns locais a grama chega à altura do joelho. A caixa de areia das provas de salto atende aos padrões internacionais, mas também não está com 100% de condições de uso. Esse cenário revela a situação em que se encontra o Parque do Caiara, na Iputinga, local que poderia ser melhor aproveitado pelos moradores da comunidade Alto do Céu e por atletas amadores e profissionais. Afinal, o Caiara possui uma área de 41 mil metros quadrados e contém ambientes para prática esportiva e lazer. 

A pista de atletismo foi construída de acordo com as exigências da Federação Internacional de Atletismo (Iaaf), mas poucos atletas têm coragem de utilizar o local para treinamento. As principais queixas dizem respeito à falta de segurança e aos sinais de abandono. 

Morador da comunidade, Josenildo Lima, 42 anos, acompanha a transformação do parque há anos. Ele disse que, embora o Caiara hoje esteja muito melhor do que já foi no passado, ainda existem sinais de abandono. “Isso aqui era entregue às baratas. Só tinha dois campos de futebol. A pista era de cascalho. Hoje ela é uma das melhores, mas até pouco tempo não funcionava e parecia um pasto para animais. Tinha bode, cavalo, cabra. Os meninos colocavam cada pônei em um raia e apostavam corrida. Hoje isso não acontece com tanta frequência, mas todo mundo acha que precisa de mais melhorias para que o espaço não se acabe e volte a ser o que era”, comentou o pintor.

Josenildo frequenta o parque para conversar com amigos. Por conta de sua assiduidade, ele já encontrou Yane Marques, do pentatlo moderno, e Cisiane Dutra, da marcha atlética, treinando no Caiara. As duas atletas, inclusive, estão classificadas para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto, e poderiam usar o local com mais frequência para seus respectivos treinos. “Ela (Yane) até falou para mim que a comunidade precisa preservar o parque porque tudo o que tem aqui é precioso. Que no Estado só tem duas pistas com essa qualidade: aqui e a do Santos Dumont”, revelou.

O atleta amador Bruno Silva mora próximo ao parque e nutria o desejo de utilizar a pista para os treinos específicos de velocidade. No mês passado, ele finalmente conheceu o lugar e ficou surpreso com o que encontrou. “Fui por volta das 5h45 de uma quinta e tinha bastante gente na pista. Deu para treinar tranquilo. Eu imaginei que encontraria outro cenário. Só consegui observar algumas rachaduras e acredito que o local precisa de manutenção, de mais controle. O parque, por outro lado, está inacabado e, por isso, as pessoas passaram a ocupar a pista”, comentou Bruno, que é especialista em maratonas e na semana passada participou da prova no Rio de Janeiro. “Vou voltar outras vezes porque essa oportunidade de ter uma pista boa e disponível é para poucos”, completou. 

A reportagem do Jornal do Commercio esteve no local por volta das 9h30 também de uma quinta-feira, ficou cerca de 1h30 conversando com algumas pessoas que estavam caminhando na pista ou passeado. Infelizmente, pode-se contar nos dedos os transeuntes que utilizavam o local da forma correta. Edilene Rodrigues, 53, era uma delas. Todos os dias, a dona de casa dá pelo menos oito voltas caminhando no parque. Ela contou que a obra foi uma das melhores coisas que aconteceu no local. “Hoje tenho um bom lugar para fazer minhas caminhadas. É perto da minha casa e venho sempre pela manhã”, comentou. 

Sem dúvidas a pista de atletismo do Caiara é uma das melhores do Estado e a iniciativa de tê-la disponível é um serviço prestado à sociedade. No entanto, falta certo controle para evitar o uso indevido do local, que teve investimento de R$ 15,1 milhões. As corridas de pônei, as bicicletas e até os animais que outrora passeavam no local danificaram a pista. 

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